Neurocirurgião diz que há 'raios de esperança' para menina gravemente ferida em tiroteio em igreja de Minneapolis

Um neurocirurgião diz que há “raios de esperança” para uma menina de 12 anos gravemente ferida em um tiroteio em uma igreja de Minneapolis

MINNEAPOLIS — Há "raios de esperança" para uma menina de 12 anos gravemente ferida no tiroteio mortal da semana passada em uma igreja católica em Minneapolis, embora seu neurocirurgião tenha alertado na sexta-feira que ainda é difícil prever se ela sobreviverá.

Sophia Forchas foi a criança mais gravemente ferida entre os sobreviventes após um atirador abrir fogo na Igreja da Anunciação em 27 de agosto. A igreja estava lotada de alunos da Escola Católica da Anunciação, afiliada à instituição, que se reuniram para a primeira missa do ano letivo. Dois alunos morreram e 21 pessoas ficaram feridas.

O atirador cometeu suicídio, disse a polícia.

Sophia permanece na UTI do Hennepin Healthcare, um hospital de trauma que tratou muitas das vítimas. Seu neurocirurgião, Dr. Walt Galicich, disse em uma coletiva de imprensa que uma bala, que permanece alojada em seu cérebro, causou danos graves, incluindo em um grande vaso sanguíneo. Os cirurgiões tiveram que remover a metade esquerda do crânio para aliviar a pressão dentro da cabeça.

"Se vocês tivessem me dito neste momento, 10 dias depois, que estaríamos aqui com algum raio de esperança, eu teria dito que seria preciso um milagre", disse Galicich aos repórteres. Ele disse que eles estão apostando na capacidade dos cérebros jovens de se curar e compensar os danos.

Sophia ainda está em coma induzido a maior parte do tempo para controlar o inchaço, disse Galicich. Ela está abrindo os olhos e demonstrando alguma consciência do que acontece ao seu redor, e apresenta leves movimentos na perna direita, mas ainda não responde aos comandos, disse ele.

"É dia após dia, e não consigo dizer como isso vai acabar", disse o médico. "Sei que ela teve um derrame por causa daquela lesão naquele vaso sanguíneo. Não sei quais serão os seus déficits permanentes. Mas estamos um pouco mais otimistas de que ela vai sobreviver."

O pai da menina, Tom Forchas, a chamou de “meu anjo precioso”.

“Sophia é gentil. Ela é brilhante. Ela é cheia de vida”, disse Forchas. “Ela é uma criança inocente que foi atacada enquanto rezava. Não há palavras para descrever o terror e a dor que acompanham a descoberta de detalhes tão devastadores.”

Forchas disse que o irmão de 9 anos de Sophia também estava na igreja, mas não foi atingido. Ele prestou homenagem à esposa, Amy Forchas, enfermeira de terapia intensiva pediátrica da equipe do hospital, que não abandonou o lado da filha. Ele também expressou profunda gratidão à equipe de atendimento de Sophia e ao apoio que sua família recebeu do mundo todo.

“Sophia recebeu orações do mundo inteiro”, disse ele. “É simplesmente um milagre saber que milhões de pessoas invocaram seu nome em centenas de milhões de orações. Ouvimos orações de Oslo a Joanesburgo, de Sydney a Santiago, do Vietnã ao Canadá, do Monte Athos, na Grécia, a Minneapolis, em Minnesota.”

E Forchas disse que a coragem, a compaixão e o amor de “todos que nos ajudaram a superar esse pesadelo” estão ajudando a superá-los.

"Sophia é forte. Sophia está lutando. E Sophia vai vencer essa luta por toda a humanidade", disse ele.

Também na sexta-feira, estudantes de Minnesota e de várias outras cidades do país realizaram greves para exigir que os legisladores estaduais e federais proíbam armas de assalto e carregadores de alta capacidade. Muitos se reuniram no Capitólio estadual em St. Paul. Os protestos foram organizados pela Students Demand Action, uma organização sem fins lucrativos da Everytown for Gun Safety.