Alexandra Leitão de luto em ‘dia trágico’

Comprometi-me com este jornal a escrever um artigo para a edição desta semana.
Pediram-me que escrevesse sobre as eleições autárquicas, mas estou certa de que me perdoarão que hoje não o faça.
Hoje não faz sentido, porque escrevo no dia seguinte a uma das maiores tragédias que Lisboa viveu nos últimos anos – talvez mesmo a maior tragédia ocorrida em Lisboa neste século – e que resultou na perda de vidas humanas e de feridos, incluindo feridos graves.
Um dia em que um símbolo icónico da cidade de Lisboa foi palco de um acidente terrível.
Um dia trágico de profunda tristeza para todos nós.
A minha primeira palavra é de solidariedade para com as vítimas e para com as suas famílias, neste momento de dor profunda. Pessoas que ficaram com as vidas destruídas por causa de um acidente, provavelmente evitável.
A segunda é de reconhecimento e gratidão a todos os que, desde a primeira hora, estiveram no terreno: bombeiros, equipas do INEM, proteção civil, polícia municipal e outras forças policiais, bem como todas as autoridades que asseguraram as operações de socorro com dedicação exemplar, incluindo os profissionais de saúde.
Quero ainda deixar publicamente uma palavra muito sentida aos trabalhadores da Carris. A empresa de transportes de Lisboa é uma parte essencial e estratégica da cidade e, neste acidente terrível, também perdeu um dos seus. Nunca é de mais lembrar a importância do serviço público que estes profissionais asseguram todos os dias. Tive oportunidade de falar com trabalhadores da Carris poucas horas após o acidente e a sua consternação tocou-me profundamente, assim como a preocupação que me manifestaram pelas condições de segurança em que trabalham.
Uma palavra especial ainda para os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – que ainda na semana passada visitei – atingidos por esta tragédia. Enderecei os meus sentimentos ao Senhor Provedor e, na sua pessoa, à instituição e todos os seus trabalhadores.
Também no próprio dia, contactei o Presidente da Câmara de Lisboa.
Lisboa precisa de cuidado e de ser cuidada. Lisboa precisa de uma alternativa segura.
Mas isso fica para outro artigo porque Lisboa viveu uma tragédia e é de solidariedade e união que hoje se deve falar.
Jornal Sol