Exame de ressonância magnética para mulheres com tecido mamário denso está um passo mais perto

Exames de ressonância magnética para mulheres com tecido mamário denso serão incluídos em exames em massa para câncer de mama após um estudo de viabilidade realizado pela organização de saúde pública RIVM, disse a ministra interina da saúde, Judith Tielen, em um briefing aos parlamentares.

Uma em cada 12 mulheres entre 50 e 70 anos que participam do rastreamento em massa tem tecido mamário denso. Elas correm maior risco de desenvolver tumores, mas a detecção é mais difícil, o que as coloca em maior risco de câncer de mama avançado.

Uma ressonância magnética detectaria tumores em estágio inicial, reduzindo a necessidade de tratamento e mortes.

Após protestos decorrentes de uma recomendação inicial negativa do conselho de saúde e um cronograma subsequente de 10 anos para sua introdução, o RIVM apresentou diversas opções para acelerar o processo.

Um deles é um esquema a ser implementado em três anos, enquanto outros levariam até seis anos para entrar em vigor.

O caminho mais rápido seria medir a densidade do tecido mamário em laboratórios móveis, com exames adicionais realizados em hospitais e clínicas independentes.

A Associação de Câncer de Mama da Holanda, uma instituição de caridade para o tratamento do câncer de mama, apoia essa ideia, embora as mulheres tenham que arcar com os custos por conta e risco do seu seguro de saúde. "É a maneira mais prática de dar às mulheres com tecido mamário denso acesso a uma ressonância magnética adicional, caso os resultados não sejam claros", disse a diretora da instituição, Cristina Guerrero Paz, à emissora NOS.

Um programa mais longo, de quatro a cinco anos, apoiado pelo RIVM, incluiria tempo para treinar melhor os radiologistas hospitalares. Segundo Patricia Hugen, gerente do programa de exames em massa para câncer do RIVM, atualmente os radiologistas são treinados para analisar ressonâncias magnéticas quando já há suspeita de câncer. "Isso é diferente e é importante que eles tomem a decisão certa e não façam encaminhamentos desnecessários", disse ela.

Se os resultados de um estudo anterior sobre a eficácia dos exames de imagem, realizado em 2020, tivessem sido divulgados, a implementação poderia ter sido muito mais rápida, afirmou o radiologista e pesquisador do RIVM, Wouter Veldhuis. "Agora é importante agir e fazer o acompanhamento rapidamente, mas sem comprometer a qualidade", disse ele.

Tielen disse que anunciará qual cenário será escolhido nos próximos dias. Também ficará claro se todas as mulheres serão informadas se têm tecido mamário denso ou não, como parte do rastreamento.