Ferrari 250 GTO: único modelo branco já produzido pela marca italiana colocado à venda
O ex-CEO da Microsoft, o colecionador americano Jon Shirley, está se desfazendo da estrela de sua coleção. Leiloado pela Mecum em Kissimmee em janeiro próximo, o objeto pode estabelecer um novo recorde de mais de € 50 milhões.
É uma das atrações da semana de Pebble Beach, que acaba de começar e atingirá seu ápice com os leilões no final da semana e o Concours d'Elegance no domingo, nos gramados do campo de golfe de Carmel, na costa do Pacífico . A Mecum Auctions aproveita a presença dos maiores colecionadores e revendedores do planeta para expor o chassi 3729 GT da Ferrari 250 GTO, que será leiloado em Kissimmee, Flórida, em janeiro próximo.
O décimo segundo dos 36 Ferrari 250 GTOs com motor de 3 litros produzidos entre 1962 e 1964, este chassi tem a distinção de ser o único a sair de fábrica na cor branca. Ao contrário da crença popular, nem todos os GTOs eram vermelhos. Alguns saíram de fábrica nas cores cinza metálico, verde BP, verde-mar e marrom. Será que sua pintura branca, que recuperou no início da década de 2020 após passar grande parte de sua vida na cor vermelha, lhe dará um novo teto? Há muito tempo o carro mais caro do mundo, o Ferrari 250 GTO foi superado pelo Mercedes 300 SLR cupê Uhlenhaut, que foi vendido por € 135 milhões em um leilão em 2022. Os últimos exemplares da Ferrari vendidos privadamente se aproximaram de US$ 70 milhões. Mas o último modelo a ser oferecido para leilão em novembro de 2023 arrecadou US$ 51,7 milhões. Era o chassi 3765 LM com motor de 4 litros, um modelo classificado separadamente da nomenclatura GTO.
Será que fazer parte do clube de proprietários da Ferrari 250 GTO, um dos mais exclusivos do mundo, incentivará a aposta a subir? O novo proprietário ganhará um ingresso para o rali que os proprietários da rainha dos carros de turismo entre 1962 e 1964 organizam a cada cinco anos desde 1982. O próximo evento acontecerá em 2027, para celebrar o 65º aniversário desta estrela do pódio.
O GTO é tão reverenciado porque esta berlinetta de corrida reinou suprema por três temporadas em todos os eventos esportivos, na estrada e no circuito. O GTO venceu o Tour de France de 1963 e 1964 e, embora não tenha adicionado seu nome à lista de máquinas vencedoras nas 24 Horas de Le Mans, sua jornada em Sarthe ainda pode se orgulhar de dois segundos lugares gerais e vitória em GT, em 1962 e 1963. O GTO #3729 GT não tem o registro mais glorioso. Encomendado novo pelo inglês John Coombs, que correu com GTs e principalmente Jaguar E-Types, ele só participou de eventos na Inglaterra. O campeão mundial de F1 Graham Hill, no entanto, levou-o ao segundo lugar no Tourist Trophy de 1962, realizado no circuito de Goodwood.
O cavalheiro piloto Jack Sears adquiriu-o em 1970. Ele o manteve por cerca de vinte anos. Em 1990, o GTO, repintado de vermelho, cruzou o Atlântico para se juntar à coleção do entusiasta americano Jon Shirley, que acabara de transferir a gestão operacional da Microsoft. Mesmo assim, ele permaneceu no conselho de administração da empresa até 2008. Tendo feito fortuna, este colecionador ativo construiu uma das melhores coleções de carros clássicos do mundo. Além do GTO, com o qual participa de vários aniversários de modelos e competições nos Estados Unidos, sua garagem inclui algumas das Ferraris mais icônicas: 166 MM, 500 Mondial, 250 TR, 250 GT Spyder California chassi curto, 275 GT Spyder NART, 365 GTS/4 Spyder Daytona e até mesmo o 375 MM #0456/AM com carroceria especial Pinin Farina que o diretor italiano Roberto Rosselini deu à sua esposa, Ingrid Bergman. Sua coleção também incluía os Alfa Romeos pré-guerra mais procurados: 8C 2900 Berlinetta, P3, 8C. Com a exclusiva Berlinetta Rosselini, Jon Shirley ganhou o prêmio Best of Show em Pebble Beach em 2014. O prêmio máximo para um colecionador. Desde então, o 375 MM retornou à Europa, onde foi vendido pelo revendedor inglês Simon Kidston. Agora, ele está sendo apreendido pela justiça italiana por um caso fiscal obscuro. Confiado em 2022 a Simon Kidston, avistado em Londres e exibido na Rétromobile em 2024, o 250 GTO cruzou o Atlântico novamente. Prova de que colecionadores são apenas guardiões, esta fera das corridas está prestes a mudar de mãos. Este pode ser apenas o primeiro de uma longa lista. Os proprietários mais antigos de GTO, incluindo Nick Mason, Ralph Lauren, Peter Sachs, Sir Anthony Bamford e Robson Walton, podem querer passar o bastão. Aos 87 anos, Jon Shirley decidiu se aposentar dos carros.
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