De um designer de pulseiras a um grupo de 120 funcionários: o sucesso das bijuterias feitas em Oléron

Fundada na ilha de Oléron, a Retour de plage emprega mais de 120 pessoas e agora conta com 13 lojas espalhadas pela costa atlântica. Esta história de sucesso em Oléron foi construída originalmente com base nas pulseiras brasileiras vendidas em mercados por Myriam Boulard, moradora da ilha.
Por Fabien Paillot“Enfiar contas é o nosso trabalho e a primeira das nossas 30 técnicas de fabricação”, sorri Gilles Renouf, proprietário da Retour de plage , um designer de joias artesanais baseado em suas oficinas em Dolus-d'Oléron (Charente-Maritime), na ilha de mesmo nome.
Pulseiras, anéis, colares, brincos, colares longos... Mais de 3.000 itens inspirados no oceano e no litoral podem ser feitos sob encomenda antes de serem colocados à venda em uma das 13 boutiques da marca – cinco em Charente-Maritime e as outras espalhadas de Bayonne a Saint-Malo, passando por Arcachon e Guérande. A Retour de Plages, que cria bijuterias, é simplesmente considerada uma das maiores histórias de sucesso em Oléron. "Empregamos 74 pessoas o ano todo e quase cinquenta funcionários sazonais", diz Gilles Renouf, que assumiu a empresa em 2020.
O negócio nasceu no início da década de 1990, idealizado por Myriam Boulard. Na época, essa mulher de Oléron vendia pulseiras brasileiras em mercados. Logo, uma boutique instalada em uma antiga cabana de ostras abriu suas portas no porto de Saint-Trojan-les-Bains, antes de ancorar as criações originais da Retour de plage na paisagem de verão. Myriam Boulard e seu marido, Patrice, eventualmente entregaram o negócio a Gilles Renouf, que desde então tem trabalhado para perpetuar o grupo e a originalidade dessas criações iodadas.
"Algumas joias são feitas em menos de um minuto. Outras levam mais de 45 minutos. No total, usamos 15.000 referências – fios, miçangas, acessórios etc. – e mais de 200 materiais diferentes", explica o artista de 50 anos, que afirma produzir 100% de suas joias em Dolus-d'Oléron ou em suas diversas butiques, dependendo das necessidades. A Retour de plage se concentra exclusivamente em pequenas séries: "De 25 a 50 peças para renovar constantemente nossas coleções, o que nos permite ser muito ágeis. Quando um modelo funciona, recomeçamos", enfatiza Gilles Renouf.
Como "fabricante e assistente criativa", Manon molda anéis a partir de fios de prata. Um triboulet, uma espécie de bastão cônico, permite que ela escolha o tamanho desejado para o dedo, ajustando o diâmetro com um martelo. Usando um pequeno alicate, ela então imprime o metal com o movimento das ondas. A operação, tão rápida quanto meticulosa, leva apenas alguns segundos.
Sua vizinha, Sarah, passará quase meia hora criando um colar combinando pérolas finas e acessórios de ouro. "O nó também é feito de macramê; ele desliza para se ajustar ao tamanho da cliente e lhe dá mais opções. É bem longo", resume Sarah, que também poderia ter feito brincos de pérolas como sua colega Stéphanie, ou um colar de linho montado naquele dia por Amélie. "Para este modelo, usei 3 metros de linho dobrados sobre si mesmos. O colar mede 42 cm na ponta. E a pérola maior deve ficar exatamente no meio, caso contrário, a joia ficará torta", explica esta última.
Em geral, a Retour de plage oferece suas joias por cerca de 20 a 40 euros, com os preços mais acessíveis correspondendo a peças fáceis de fazer. Uma ótima maneira de se presentear ao voltar da praia e relembrar todas aquelas "memórias passadas à beira-mar", sorri Gilles Renouf, que agora está trabalhando para introduzir mais materiais reciclados e de origem biológica em suas criações.
Le Parisien