Companhia aérea australiana Qantas pagará por demissões por Covid-19

A maior companhia aérea da Austrália, a Qantas, "terá que pagar uma multa recorde de AU$ 90 milhões [€ 50 milhões] por demitir ilegalmente mais de 1.800 funcionários" durante a pandemia, relata o The Age . De acordo com o jornal australiano, o juiz federal "sancionou a companhia aérea por seu comportamento e criticou seus atuais e antigos líderes", em sua sentença divulgada na segunda-feira, 18 de agosto.

O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte está, portanto, "encorajado a tomar novas medidas" e receberá mais da metade da quantia, 50 milhões de dólares australianos (28 milhões de euros), "enquanto o restante da multa deverá ser pago" posteriormente aos funcionários demitidos.

A multa, tornada pública na segunda-feira, após uma decisão de dezembro, "põe fim a uma acalorada saga" entre o principal sindicato da companhia aérea e a companhia aérea australiana. Em 2020, "diante dos lockdowns relacionados à pandemia, a Qantas anunciou que terceirizaria as funções de assistência em terra em dez aeroportos australianos", eliminando cerca de 1.820 empregos em terra.

Este caso “terá custado à Qantas cerca de 240 milhões de dólares australianos [134 milhões de euros], ou cerca de 19% do seu lucro líquido em 2024” – a empresa já tinha concordado nesse ano em pagar indemnizações a alguns antigos funcionários.

O juiz não se convenceu da genuinidade do "arrependimento" da companhia aérea, argumentando que era "o tipo errado de arrependimento". A atual presidente-executiva da Qantas, Vanessa Hudson, reconheceu a decisão do tribunal e ofereceu "suas sinceras desculpas a cada um dos 1.820 funcionários" que foram demitidos.

O juiz Michael Lee disse que pretendia enviar "uma mensagem à Qantas e a outros grandes empregadores de que não apenas enfrentarão multas significativas por violar a lei, mas que essas multas serão pagas aos sindicatos para que possam cumprir seu papel legal de fazer cumprir a lei".