Em Capri, a Villa Lysis, o Barão e seus favoritos muito jovens

"Champanhe". Esta é uma das primeiras palavras vistas pelos milhares de visitantes que chegam diariamente a Capri durante a alta temporada. Escrita nas placas do porto, serve como uma mensagem de boas-vindas: na ilha mais exclusiva do Golfo de Nápoles, o vinho espumante corre livremente. Ela até deu nome a Champagne (1974), o sucesso do cantor local Peppino di Capri, que derramou seu baço em duas taças. Foi também o último gole de uma figura excêntrica da alta sociedade europeia, mas central na mitologia da ilha. Em 5 de novembro de 1923, o Barão Jacques d'Adelsward Fersen despejou cinco gramas de cocaína em uma taça de champanhe; ele morreu logo após bebê-la, aos 43 anos.
Autor de uma obra ignorada por seus contemporâneos e pela posteridade, este escritor francês deve sua fama ao cenário grandioso onde tirou a própria vida: a Villa Lysis, construída em 1905 no Monte Tibério, na ponta ocidental de Capri. Nomeada em referência a um diálogo de Platão sobre a amizade, ela se comunica, por assim dizer, com as outras vilas da ilha, inspirando-se em algumas, inspirando outras, em um jogo de espelhos estonteante. A prefeitura, que a adquiriu em 2001, organiza passeios: a caminhada até lá, a partir do porto, dura cerca de 45 minutos.
Seu arquiteto é desconhecido. Aninhado na encosta de um penhasco, o jardim de 12.000 metros quadrados mistura pinheiros, ciprestes, arbustos e palmeiras. Em seu centro, um templo a céu aberto domina um panorama de beleza surreal, abrangendo a Baía de Nápoles e a costa norte da ilha. Mais acima, a estátua de bronze de um jovem pescador chama a atenção: coberto por uma tanga simples, a criança examina o calcanhar direito, com um olhar distraído. À sua frente, uma escada leva ao edifício principal — quinze cômodos distribuídos em três andares e 450 metros quadrados, em uma mistura dos estilos Luís XVI e Art Nouveau.
Restam 90,25% deste artigo para você ler. O restante está reservado para assinantes.
Le Monde