Os poupadores compareceram à coletiva de imprensa matinal e pediram a Sheinbaum que abrisse um diálogo

Poupadores afetados pelo Sofipo ( Conselho de Assistência ao Microempreendedor) (Came) se reuniram em frente ao Palácio Nacional às 5h desta segunda-feira para solicitar uma nova audiência com a presidente Claudia Sheinbaum, após ela ter declarado durante sua coletiva de imprensa matinal na sexta-feira passada que o caso estava "indo muito bem".
"Dada a falta de clareza de todos os órgãos competentes que contatamos, solicitamos sua intervenção direta na abertura de um diálogo para que nossas propostas e alternativas sejam ouvidas e, assim, evitemos uma crise social de grandes proporções", afirma a carta que os poupadores enviaram à equipe do Ministério do Interior.
Após receber essas solicitações, os poupadores afetados puderam agendar uma reunião de trabalho para o dia 5 de setembro com o novo presidente da Comissão Nacional de Bancos e Valores (CNBV), Ángel Cabrera , e Edgar Amador, titular do Ministério da Fazenda e Crédito Público (SHCP).
"Por sua vez, o SHCP apenas afirma que não é a autoridade competente, obrigando-nos a dirigir-nos ao Ministério Público, embora o senhor (dirigindo-se a Sheinbaum), através de suas coletivas de imprensa matinais e em vários outros locais, tenha mencionado que Edgar Amador Zamora, que supostamente supervisiona o caso, é o responsável; no entanto, ele esteve ausente de nossas solicitações de audiências", acrescenta o documento.
Como precedente, na sexta-feira passada o Presidente indicou que o Ministério das Finanças irá rever o caso, após ser questionado por um repórter sobre se havia alguma indicação de que os funcionários que deixaram de supervisionar o Sofipo Came poderiam ser sancionados.
Por sua vez, os poupadores insistiram que, diante da falta de clareza de todos os órgãos aos quais recorreram, solicitam a intervenção direta do Presidente para abrir um diálogo em que suas propostas e alternativas sejam ouvidas, a fim de evitar uma crise social de grandes proporções.
"O impacto social desta situação é devastador: idosos, mães solteiras e famílias inteiras perderam suas economias, violando o direito dos indivíduos à propriedade, ao acesso à justiça e à seguridade social", diz o documento.
Recapitulação dos poupadores
A petição escrita do banco detalha que, desde abril deste ano, o Came fechou todas as suas agências, cancelou efetivamente suas operações, parou de pagar seus clientes em geral, suspendeu o serviço telefônico e até vendeu sua sede no bairro Del Valle para se mudar para um prédio no distrito de Iztapalapa.
Além disso, surgiu repentinamente no site da instituição uma mensagem reconhecendo a falência da Came, acompanhada do cancelamento da plataforma digital "Techreo", que era o meio pelo qual os poupadores podiam acessar informações sobre seus fundos.
"O cancelamento desta plataforma impede completamente que os poupadores tenham as informações necessárias para tomar as medidas legais cabíveis, deixando-nos indefesos", apontam os afetados.
Eles também lembraram que uma mesa redonda foi realizada no dia 9 de junho nas instalações do Ministério do Interior.
Naquela reunião, Eugenio Laris González, vice-presidente de Supervisão de Bancos de Desenvolvimento e Finanças Populares da CNBV, se recusou a fornecer informações aos poupadores.
Quando questionado sobre quaisquer perguntas ou solicitações, o funcionário simplesmente respondeu que as informações da CNBV são confidenciais.
Os poupadores pedem a intervenção direta do Presidente para abrir um diálogo em que suas propostas e alternativas sejam ouvidas, a fim de evitar uma crise social.
Eleconomista