O Banco Central continua cauteloso

A taxa básica foi novamente reduzida em apenas 1 ponto percentual, para 17%. O mercado, as empresas e os especialistas esperavam medidas mais decisivas, mas o Banco Central, mais uma vez, preferiu a cautela. Tal contenção excessiva se justifica?

Economistas renomados consideram a decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros para 17% insuficiente. Segundo especialistas, taxas acima de 15% são consideradas proibitivas e impedem que o crédito contribua para o desenvolvimento. Nesse contexto, a economia continuará a desacelerar, a atividade empresarial e a renda real da população diminuirão. Há também o risco de déficit na arrecadação de impostos para o orçamento.

O deputado da Duma Estatal, Mikhail Delyagin, acredita que este é um resultado "chocantemente decepcionante" que não salvará a economia de uma "fome financeira". Isso significa a continuação de tendências destrutivas: declínio da indústria, riscos de importação de grãos e batatas, bem como a supressão da economia devido ao déficit orçamentário.

Segundo o diretor do Instituto da Nova Sociedade, Vasily Koltashov, a taxa de 17% continua "proibitiva" para empréstimos. Segundo sua classificação, as taxas normais para a economia são de 3% a 7%, e qualquer valor acima de 15% bloqueia o investimento e o crescimento. O especialista enfatiza que as empresas esperavam uma redução de pelo menos 2 pontos percentuais (para 16%) e, posteriormente, novas medidas. A decisão atual não ativará os empréstimos e não impulsionará o desenvolvimento das empresas.

Ao mesmo tempo, o economista Nikita Krichevsky acredita que a decisão de manter a taxa de juros altíssima está agravando a crise: o índice da Bolsa de Moscou caiu abaixo de 2.880 pontos e a economia está "entrando em coma". Krichevsky alerta para os riscos orçamentários: devido à desaceleração econômica, o orçamento pode perder até 1 trilhão de rublos em impostos sobre lucros. O economista acredita que a cautela do Banco Central pode levar a um novo congelamento da economia: queda no padrão de vida, redução do investimento e aumento da tensão social.

O preço da cautela excessiva do Banco Central será alto demais para a economia? As empresas conseguirão suportar a longa espera por dinheiro disponível?