Hábito proibido praticado a portas fechadas está surpreendentemente ligado à demência

Dezenas de milhões de americanos adotam um hábito tabu que, segundo cientistas, pode representar um risco à saúde cognitiva. Um estudo recente descobriu que assistir pornografia regularmente pode prejudicar imediatamente o desempenho de uma pessoa em tarefas que exigem atenção e controle cognitivo após a exposição a conteúdo impróprio.
O comprometimento da função executiva e o declínio cognitivo são sinais precoces conhecidos de declínio cognitivo, precursores da demência, relata o Daily Mail. Pesquisas mostram que, se esses efeitos persistirem ou se repetirem ao longo do tempo, podem levar a riscos à saúde a longo prazo.
No estudo, estudantes universitários assistiram a um vídeo pornográfico de 10 minutos online. Antes e depois de assisti-lo, eles fizeram um teste que mede a concentração e o controle da atenção, exigindo que eles nomeassem a cor da tinta que representa uma palavra, mesmo que a palavra estivesse escrita em uma cor diferente, além de três questionários psicológicos. Os pesquisadores notaram que, depois de assistir à pornografia, os participantes tiveram tempos de reação significativamente mais lentos e cometeram mais erros no teste em comparação com o período anterior.
Além disso, os padrões de atividade cerebral observados nesses estudantes se assemelhavam aos observados em pessoas com dependência de drogas e esquizofrenia.
Aproximadamente 69% dos homens e 40% das mulheres nos EUA veem pornografia online a cada ano, relata o Daily Mail. Entre os jovens de 18 a 25 anos, 57% relatam ver pornografia mensalmente ou com mais frequência, em comparação com 29% daqueles com 25 anos ou mais. O vício em pornografia é mais comum entre os homens, com 11% relatando um problema.
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Chengdu, na China, e envolveu 16 estudantes universitários saudáveis e cinco estudantes universitários com grave dependência de pornografia na internet. Os participantes realizaram um teste, assistiram a um vídeo pornográfico de 10 minutos e, em seguida, repetiram o teste enquanto os cientistas monitoravam sua atividade cerebral. Cada grupo completou 18 etapas do teste, cada uma com duração de dois segundos.
Os resultados revelaram diferenças claras entre os dois grupos, relata o Daily Mail. Usuários de frequências baixas apresentaram conectividade mais forte em áreas do cérebro responsáveis pelo processamento da fala, coordenação motora e informações sensoriais.
Enquanto usuários de alta frequência mostraram maior conectividade em áreas associadas às funções executivas, que são comumente associadas ao vício e à regulação emocional, sugerindo que o uso frequente de pornografia pode causar efeitos neurais e comportamentais semelhantes a outros vícios, ressalta o Daily Mail.
No entanto, a equipe de pesquisa observou que o grupo de uso de pornografia de baixa frequência também apresentou menor precisão e maior reatividade no teste.
As descobertas sugerem que, mesmo que as pessoas assistam pornografia com pouca frequência, elas ainda sentirão efeitos cognitivos.
O estudo também analisou as reações emocionais durante a visualização. Os participantes que assistiam a pornografia com menos frequência demonstraram uma gama mais ampla de emoções, como surpresa, medo e repulsa, enquanto os espectadores regulares apresentaram expressões faciais mais discretas ou neutras. Isso reforça a ideia de que a exposição repetida a conteúdo explícito pode enfraquecer a sensibilidade emocional ao longo do tempo.
Além dos efeitos cognitivos, o grupo de consumo frequente de pornografia obteve pontuações significativamente mais altas nos questionários de ansiedade e depressão.
Embora o estudo não tenha determinado se o uso de pornografia causou esses sintomas ou se eles foram causados por outros fatores, as descobertas são consistentes com pesquisas anteriores que relacionaram o consumo excessivo de pornografia ao aumento do sofrimento emocional.
"Os efeitos do vício em pornografia na internet na conectividade cerebral funcional no lobo pré-frontal apresentam características semelhantes às do vício em drogas", concluíram os pesquisadores. "Além disso, pessoas que consomem pornografia na internet com frequência relatam sentir maior excitação e prazer sexual enquanto assistem, o que, consequentemente, impacta negativamente suas habilidades cognitivas e emoções."
Outro estudo, publicado em maio de 2024, entrevistou milhares de adultos em todo o mundo sobre "uso problemático de pornografia", relata o Daily Mail. Isso foi definido como assistir pornografia em quantidade suficiente para prejudicar relacionamentos e o trabalho, e constatou que 3% das pessoas relataram usar pornografia, mas menos de 1% procuraram tratamento.
A Dra. Beate Bethe, principal autora do estudo e psicóloga da Universidade de Montreal, afirmou: “Nosso estudo mostra que o uso problemático de pornografia pode ser mais comum do que muitas pessoas imaginam e afeta uma ampla gama de pessoas. Ele destaca que, embora muitas pessoas estejam enfrentando dificuldades, poucas buscam ajuda. Isso é importante porque sugere que mais trabalho precisa ser feito para compreender e apoiar as pessoas afetadas.”
mk.ru