O aquecimento no Ártico representa uma ameaça às comunicações estabelecidas ao longo do fundo do mar
Cientistas russos descobriram um risco para as comunicações estabelecidas ao longo do fundo do mar no Ártico
Cientistas do Instituto Vernadsky de Geoquímica e Química Analítica da Academia Russa de Ciências (GEOKHI) registraram um aumento sem precedentes na acumulação de sedimentos de fundo no Ártico. Nos últimos 100 anos, a massa de sedimentos de fundo na plataforma ártica excedeu a massa acumulada nos últimos milênios. Os resultados do estudo foram publicados na revista Continental Shelf Research .
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Conforme relatado ao MK pelo Ministério da Educação e Ciência da Rússia, o estudo dos sedimentos do fundo do Mar de Kara e do Mar de Laptev foi conduzido por funcionários do laboratório de radioquímica ambiental do Instituto de Geoquímica e Análise da Academia Russa de Ciências. Eles descobriram que a massa de sedimentos do fundo que entrou no mar nas últimas décadas é dezenas de vezes maior do que a massa de sedimentos acumulada no fundo dos mares do Ártico ao longo dos últimos milênios.
Um novo modelo para determinar a idade dos sedimentos de fundo, denominado RUS2023, desenvolvido em laboratório, permitiu determinar a taxa de acumulação e a massa de sedimentos nos últimos 100 anos. Os resultados obtidos com este modelo mostraram que, ao longo do último século, as taxas de acumulação de massas absolutas de sedimentos de fundo nos Mares de Kara e de Laptev aumentaram mais de 10 vezes.
"Um aumento tão acentuado nas taxas de sedimentação foi consequência do aquecimento sem precedentes no Hemisfério Norte desde o início do século passado", comenta Valery Rusakov, pesquisador líder do Laboratório de Radioquímica Ambiental do Instituto de Geoquímica e Análise da Academia Russa de Ciências e Doutor em Ciências Geológicas e Mineralógicas. Segundo ele, o aumento do material sedimentar que flui com o escoamento dos rios, como resultado do aumento da erosão do solo e da degradação acelerada do permafrost, representa uma séria ameaça ao ecossistema dos mares árticos e aos organismos marinhos. Também pode dificultar a construção de linhas de serviços públicos, como cabos e oleodutos submarinos.
Autores:
mk.ru
