Não é do nosso planeta: Análise de crânio fundido em parede de caverna intriga cientistas

Cientistas estão perplexos com um crânio misterioso encontrado fundido na parede de uma caverna, pois análises mostram que não se trata de um ser humano nem de um neandertal. À primeira vista, não parece nada deste planeta – uma criatura com um objeto pontiagudo saindo da cabeça, metade humano, metade unicórnio. Mas os cientistas estão cada vez mais perto de desvendar o mistério do crânio de Petralona.
Diz-se que o crânio antigo, descoberto na Caverna de Petralona, a cerca de 35 quilômetros a sudeste de Tessalônica, na Grécia, tem menos de 300.000 anos. Não era um Homo sapiens como nós, nem um neandertal, relata o Daily Mail.
"A datação de um crânio quase completo encontrado na Caverna de Petralona, na Grécia, é de grande importância", afirma uma equipe de pesquisadores da China, França, Grécia e Reino Unido. "Este fóssil ocupa um lugar fundamental na evolução dos humanos europeus."
O crânio de Petralona foi encontrado com uma protuberância distinta no topo da cabeça, que é uma estalagmite – uma formação mineral que se eleva do fundo das cavernas. As estalagmites crescem lentamente conforme a água pinga do teto da caverna, aumentando um milímetro a cada poucos anos, lembra o Daily Mail.
O crânio de Petralona foi encontrado originalmente pelo morador local Christos Sariannidis em 1960, aparentemente simplesmente cimentado na parede de uma câmara de caverna. Cientistas posteriormente determinaram que ele havia sido fundido à parede pelo acúmulo gradual de calcita, um mineral comum encontrado em cavernas.
A calcita também está contida em uma grande estalagmite que se projeta de sua cabeça, que foi removida em um processo de limpeza antes de ser transferida para o Museu Arqueológico de Tessalônica, onde está em exibição pública.
Para este novo estudo, os cientistas dataram a calcita que cresceu diretamente no "crânio quase completo" que não tem a mandíbula inferior.
Esta amostra de calcita "é a única capaz de fornecer informações importantes sobre a idade do fóssil", diz a equipe em um novo artigo.
Cientistas descobriram que a idade da Terra é de pelo menos 277.000 anos, mas possivelmente de até 295.000, situando-a no final do Pleistoceno Médio da Europa. Naquela época, a Europa era coberta por florestas e bosques, e o clima era geralmente mais úmido e com menos variações sazonais de temperatura.
Estimativas anteriores variavam de 170.000 a 700.000 anos, o que é muito menos preciso. Este humano antigo viveu na Europa ao lado dos neandertais, um grupo extinto de humanos arcaicos e nossos parentes antigos mais próximos.
No entanto, especialistas suspeitam que o homem pertencia a outro grupo humano conhecido como Homo heidelbergensis, que surgiu antes dos neandertais e era mais primitivo. Populações europeias de Homo heidelbergensis evoluíram para os neandertais, enquanto uma população separada de Homo heidelbergensis na África evoluiu para a nossa própria espécie, o Homo sapiens.
O crânio de Petralona quase certamente pertencia a um homem, a julgar pelo tamanho e força do fóssil, e é por isso que também é chamado de "Homem de Petralona".
Os dentes do crânio estavam levemente desgastados, então provavelmente pertencia a um jovem, disse o autor do estudo, Professor Chris Stringer, antropólogo do Museu de História Natural de Londres, à Live Science.
Embora o crânio de Petralona tenha sido encontrado originalmente há mais de 60 anos, ele ainda intriga os pesquisadores. No início da década de 1980, a datação do crânio tornou-se objeto de considerável debate científico, em parte porque os primeiros resultados às vezes eram difíceis de interpretar.
Os paleoantropólogos o classificaram como Homo erectus, Homo neanderthalis ou "Homo sapiens arcaico".
"O tema tem sido debatido desde sua descoberta, há mais de 60 anos, destacando as dificuldades de aplicar métodos de datação física a espécimes pré-históricos", afirmam os cientistas. Mas seu novo estudo, publicado na revista Human Evolution, fornece a imagem mais precisa até o momento sobre a espécie à qual o homem pertencia.
A identidade do crânio como Homo heidelbergensis ainda não foi definitivamente confirmada, mas isso pode ser confirmado por meio de pesquisas futuras.
O Homo heidelbergensis viveu entre 300.000 e 600.000 anos atrás, evoluindo na África, mas algumas populações se estabeleceram na Europa há cerca de 500.000 anos, relata o Daily Mail. A espécie era habilidosa o suficiente para caçar animais de grande porte para se alimentar, enquanto peles também podem ter sido amplamente utilizadas, especialmente em regiões mais frias.
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