Periodontite: estudo revela como exercícios e ômega-3 combatem a inflamação

Um estudo divulgado pela revista Scientific Reports apontou que a realização de exercício físico moderado alinhada à suplementação com ômega-3 melhora significativamente a resposta imune e diminui a gravidade da periodontite apical crônica, que é a inflamação da raiz do dente que, caso não for tratada corretamente, pode resultar em perda óssea na região.
Para o trabalho, os pesquisadores induziram a periodontite apical em 30 ratos, que posteriormente foram divididos em três grupos. No primeiro, não houve intervenção de tratamento. O segundo e o terceiro foram submetidos a uma rotina de natação durante 30 dias, mas o último grupo também recebeu suplementação alimentar com ômega-3, um ácido graxo poli-insaturado conhecido pelos efeitos terapêuticos em doenças crônicas inflamatórias.
O agrupamento que apenas praticou natação apresentou resultados mais favoráveis do que o controle, sem tratamento. Já o grupo que fez exercício físico combinado com a suplementação com ômega-3 teve uma resposta imune e o controle da infecção ainda melhor.
Microtomografias das maxilas dos animais mostraram que o grupo que praticou natação teve menos perda de volume de osso alveolar, responsável por cobrir os dentes. Enquanto no grupo suplementado a perda foi ainda menor.
Para os autores da pesquisa, os resultados apresentam novas evidências a respeito dos benefícios de combinar exercício físico com ômega-3 para o sistema imune, agora com repercussão ainda mais evidente para a saúde bucal.
O estudo contou com o apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Rogério de Castilho Jacinto, professor da FOA-Unesp (Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista), que foi um dos orientadores da pesquisa, afirmou que “para saber se o mesmo se daria com humanos, seria preciso um estudo clínico com um número significativo de pacientes. No entanto, somada aos inúmeros benefícios já comprovados da prática de exercícios físicos e do consumo de ômega-3, essa é mais uma evidência importante”.
IstoÉ