Ministro Nuno Melo diz que reforço na Defesa «é crucial» e feito «a pensar na paz»

Em declarações aos jornalistas antes de um almoço no IDL – Instituto Amaro da Costa, em Lisboa, Nuno Melo afirmou que 2% do PIB alocado à Defesa «é o mínimo que neste momento qualquer país membro da NATO tem de cumprir».
«Não é uma questão de vontade nem de opção. Tem de ser assim, ou então sai da NATO, e depois também não beneficiamos do artigo 5º. e não beneficiamos desde logo desta proteção e deste sistema de defesa que é único», disse.
O ministro da Defesa Nacional defendeu que Portugal «tem que investir nas suas Forças Armadas a pensar na paz, não na guerra», bem como «na compra de equipamentos e na modernização de bens e infraestruturas» que poderão ser usadas também em «missões civis das Forças Armadas».
«É absolutamente crucial. A discussão é sempre muito simpática, as pessoas podem achar bem, podem achar mal, mas quem valorize um bocadinho o seu modo de vida, percebe que não tem outra opção», salientou, alertando que «o mundo está realmente perigoso» e «está instável».
Nuno Melo salientou que «em nenhum caso será posto em causa o Estado Social» e «em nenhum caso poderá ser comprometido o desempenho da economia», defendendo que «por via deste investimento», o objetivo do governo «é reforçar o comportamento da economia».
O ministro defendeu também que não se trata de uma despesa, mas de um investimento.
O responsável assinalou que o «esforço de Defesa é um esforço de defesa coletivo» e Portugal « tem de cumprir a sua obrigação», considerando que os valores definidos na cimeira da NATO são «o resultado de um compromisso que é exigido a todos esses países».
«[…] É absolutamente crucial para Portugal também reforçar o pilar europeu de Defesa da NATO. Isso significa que nós temos de diminuir a dependência estratégica da NATO e da União Europeia, temos de fazer muito mais por nós do que aquilo que nos habituámos a fazer debaixo do chapéu dos Estados Unidos, porque está em causa a democracia, a liberdade e o nosso modo de vida», sustentou.
O governante referiu que «os principais adversários» destes valores «investem em Defesa bem mais do que aquilo que [investem] neste momento os países da União Europeia que integram a NATO».
O ministro classificou como «histórica» a cimeira da NATO que decorreu nos últimos dois dias em Haia, nos Países Baixos, devido às decisões que foram tomadas.
Na ocasião, o ministro e líder do CDS-PP não quis comentar se a ministra da Saúde tem condições de continuar no cargo, depois de conhecida a conclusão do relatório do IGAS que dá conta de que a morte de um homem durante a greve do INEM em novembro de 2024 poderia ter sido evitada.
Na quinta-feira, no final da cimeira da NATO, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, comprometeu-se a atingir os 2% do PIB em Defesa até ao final deste ano – o que, segundo as contas do governo, obrigará a um reforço de investimento de cerca de mil milhões de euros.
Além desta meta, a cimeira da NATO acordou que os aliados devem investir 5% do PIB em despesas relacionadas com Defesa, dos quais 3,5% em gastos militares tradicionais (Forças Armadas, equipamento e treino) e 1,5% adicionais em investimentos como infraestruturas e indústria até 2035, com uma revisão intercalar em 2029.
O Bloco de Esquerda reagiu a este anúncio por parte do governo português e considerou o primeiro-ministro Luís Montenegro de «total subserviência» a Donald Trump.
Barlavento