Garantias de segurança à Ucrânia perigosas para a Europa

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A Rússia denunciou esta quinta-feira as garantias de segurança exigidas por Kiev para um acordo de paz com Moscovo, considerando serem “garantias de perigo para o continente europeu”.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, reiterou que a Rússia considera “absolutamente inaceitáveis” as garantias de segurança pedidas pelo Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que serão discutidas quinta-feira numa reunião da Coligação das Vontades.
“Estas não são garantias de segurança para a Ucrânia, são garantias de perigo para o continente europeu”, disse Zakharova aos jornalistas, numa conferência económica em Vladivostok, no extremo oriente da Rússia.
Na quarta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, indicou que os países europeus estão prontos para prestar as garantias de segurança exigidas por Kiev, num encontro com Zelensky, em Paris.
“A Europa está presente, pela primeira vez, com este nível de empenho e intensidade”, disse o Presidente francês, na véspera da reunião da Coligação das Vontades, que juntará em Paris e por videoconferência os líderes de cerca de 30 países aliados de Kiev, incluindo Portugal.
Segundo Macron, “o trabalho preparatório está concluído” e foi desenvolvido “de forma extremamente confidencial”, permanecendo a questão de “determinar a sinceridade da Rússia e dos seus sucessivos compromissos ao propor a paz” aos Estados Unidos, que têm atuado como principal promotor das conversações entre as partes.
Após a reunião da Coligação das Vontades, copresidida por França e Reino Unido, deverão ser conhecidos os detalhes das garantias de segurança que os países envolvidos estão disponíveis para oferecer a Kiev, como forma de evitar uma nova agressão russa em caso de acordo de paz.
Zelensky observou que ainda não viu “qualquer sinal” de que a Rússia pretenda pôr fim à invasão do seu país iniciada 24 de fevereiro de 2022.
O líder ucraniano manifestou, por outro lado, confiança de que a Europa e os Estados Unidos ajudarão Kiev a “aumentar a pressão sobre a Rússia para que avance para uma solução diplomática”, quando os países europeus ameaçam aplicar novas sanções a Moscovo.
No final da reunião, está prevista uma conversa dos presidentes francês e ucraniano e outros líderes europeus com o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump.
Ao fim de mais de três anos e meio da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado.
Putin exige que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, condições que Kiev considera inaceitáveis, reivindicando pelo seu lado um cessar-fogo imediato como ponto de partida para um acordo de paz, a ser salvaguardado por garantias de segurança.
observador