Organizações de direitos humanos acusam Irão de repressão

As organizações de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) e a Human Rights Watch (HRW) acusaram o Irão de provocarem uma “repressão terrível” em nome da segurança nacional após as hostilidades com Israel, em junho.
“As autoridades [iranianas] estão a desencadear uma repressão implacável”, caracterizada por “vigilância em massa, detenções arbitrárias e incitamento ao ódio contra as minorias”, disse a diretora regional adjunta da AI para o Médio Oriente e Norte de África, Sara Hashash.
As organizações não-governamentais (ONG) relataram que as forças de segurança mataram civis, incluindo uma menina de três anos, e que pelo menos nove homens foram executados por acusações políticas ou por espionagem a favor de Israel.
O vice-diretor regional da HRW, Michael Page, alertou que a crise dos direitos humanos no Irão agravou-se e que as autoridades têm usado “os dissidentes e as minorias como bodes expiatórios para um conflito com o qual não têm qualquer ligação”.
A AI e a HRW apelaram a uma suspensão imediata das execuções e também à libertação de pessoas detidas de forma arbitrária, sem base na lei e por motivos injustificados.
As organizações pediram também proteção para os prisioneiros alvo de tortura e o fim dos desaparecimentos forçados.
As ONG apelaram ainda à comunidade internacional que iniciasse investigações para julgar as alegadas violações do direito internacional cometidas pelas autoridades iranianas.
No início de agosto, o poder judicial iraniano reportou a detenção de 20 pessoas por alegadamente trabalharem para os serviços secretos israelitas, mas algumas foram libertadas sem acusação.
A polícia iraniana anunciou a detenção de 21 mil suspeitos durante a guerra de 12 dias com Israel, em junho.
Nesse conflito, Israel bombardeou instalações militares, nucleares e civis, causando mais de mil mortos.
Desde a guerra em junho, o Irão deteve dissidentes, defensores dos direitos humanos, jornalistas, familiares de vítimas de protestos, estrangeiros e membros de minorias étnicas e religiosas, informaram a AI e a HRW, num comunicado conjunto.
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