Oferta de camas para estudantes aumentou 8,5% em Portugal

No último ano, Lisboa e Porto registaram um aumento de 8,5% no número de camas disponíveis, cerca de 1.500 novas unidades. Esta é a principal conclusão do mais recente estudo da Cushman & Wakefield que alerta, no entanto, que apesar deste crescimento, a taxa de cobertura (rácio cama/estudante) «mantém-se muito aquém da média europeia de 12%, reforçando o desequilíbrio entre oferta e procura».
Para este ano letivo que agora começa, estima-se que as rendas voltem a aumentar, em torno dos 9% (média ponderada para Lisboa e Porto).
«O mercado de alojamento para estudantes em Portugal está a ganhar maturidade e atratividade internacional. Apesar do aumento da oferta nos últimos anos, a procura continua a superar largamente a capacidade, pressionando as rendas e atraindo cada vez mais investidores para este setor», defende Ana Gomes, Partner, Head of Research na Cushman & Wakefield.
Os dados concluem ainda que os alojamentos públicos para estudantes tendem a estar em cidades secundárias, enquanto em Lisboa e no Porto a oferta de alojamentos privados já ultrapassa o número de camas públicas.
Mercado de quartos dispara, rendas nem por isso
No que diz respeito aos preços, segundo dados do Imovirtual, o valor médio dos quartos caiu 10%, passando de 500 euros para 450 euros em apenas um ano. «Esta descida ocorre apesar de, no mesmo período, ter havido um forte aumento no número de anúncios publicados no portal, que quase duplicou a nível nacional (+88%)», refere a plataforma. Entre as regiões com maior crescimento de oferta destacam-se Coimbra (+383%), Porto (+218%), Cascais (+136%) e Oeiras (+160%).
Segundo a análise, olhando para o Centro do país, Coimbra é a cidade com maior variação na oferta, passando de 89 anúncios em julho de 2024 para 430 em julho de 2025, o que representa um crescimento de +383%. Nesta cidade, o preço médio subiu de 320 euros para 400 euros (+25%), e é o único distrito a registar aumento nos preços médios.
Já no caso do Porto, foi registado um aumento de 218% no número de anúncios, passando de 334 para 1.063, ao mesmo tempo que o preço médio desceu de 490 euros para 450 euros (-8% face ao mesmo período do ano passado). Também Braga viu a oferta crescer muito: 105%. Os valores estão praticamente estáveis: passaram de 365 euros para 355 euros (-3%).
Olhando para a Área Metropolitana de Lisboa, foram contados 4.243 anúncios em julho, um número superior a 61% quando comparado com o mesmo mês do ano passado. O preço médio são os 450 euros. Cascais e Oeiras registaram aumentos na oferta de 137% e 160%, respectivamente, acompanhados por descidas nos preços médios de 600 euros para 550 euros (-8%). Almada segue esta tendência, com +125% na oferta e uma quebra de 525 euros para 450 euros (-14%).
Já as periferias de Lisboa «afirmam-se como alternativas próximas da capital, combinando maior disponibilidade de oferta e acessos diretos à cidade». A Amadora, por exemplo, aumentou a oferta de 72 para 105 anúncios (+46%). Ainda assim, viu o preço médio cair de 500 para 450 euros, «alinhando-se assim com o valor médio da cidade de Lisboa». Já Sintra registou uma subida de 28% na oferta, passando de 75 para 96 anúncios, mantendo o preço médio nos 550 euros.
O Imovirtual diz que «estes dados reforçam o papel destas zonas como opções relevantes fora do centro da capital, mas ainda com ligação privilegiada» e que, tendo em conta os números, «é possível verificar um possível abrandamento na pressão sobre os valores de arrendamento neste segmento, mesmo num período marcado por forte procura».
Jornal Sol