Goiaba de Carlópolis leva sabor e tradição do Paraná à Fruit Attraction, na Espanha

A goiaba de Carlópolis, no norte pioneiro do Paraná, será uma das representantes do Brasil na Fruit Attraction, considerada a segunda maior feira de fruticultura do mundo, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, em Madri, Espanha. A participação foi confirmada em edital da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que selecionou 20 empresas. A Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis (COAC), detentora da Indicação Geográfica (IG) da goiaba, está entre as selecionadas.

As 20 empresas brasileiras integrarão a Missão Comercial com o apoio da CNA, Sebrae, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).

Será a terceira vez que a goiaba de Carlópolis participará da Fruit Attraction, de acordo com Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR. “Já participamos nas edições de 2017 e 2019. Agora, voltamos para a edição de 2025 com um objetivo muito claro: conseguir realizar a exportação diretamente para os compradores e propor que a fruta chegue aos destinos em ponto ideal para o consumidor final”, explica Odemir.

Para isso, representantes da COAC estão trabalhando novas formas de enviar a fruta para a Europa.

“A ideia é testar novas opções de logística e, também, a aceitação dos clientes com a fruta em três estágios diferentes. Hoje, enviamos a fruta para o mercado externo, praticamente verde, porque é uma preferência dos intermediários que optam por uma shelf-life [tempo útil nas prateleiras] maior. Se no futuro conseguirmos fazer a venda direta, queremos entregar uma fruta mais madura que acreditamos ser ainda mais saborosa para o consumidor”, explica a presidente da Cooperativa, Inês Yumiko Sasaki.

Entre os anos de 2020 e 2024, a COAC exportou mais de 340 toneladas de goiaba para o exterior, sendo a Europa o principal destino. “Toda semana enviamos a goiaba de Carlópolis para França, Inglaterra e Portugal. Enviamos também, mas em menor quantidade, para Holanda e Canadá”, conta a presidente da cooperativa.

Para oferecer a fruta em ponto ideal de consumo, o consultor do Sebrae/PR explica que existe um planejamento e trabalho.

“Hoje o transporte é feito via aéreo, mas existe uma proposta de realizar no modal marítimo, que é cerca de oito vezes mais barato para o exportador. O meio de transporte influencia diretamente no tempo de translado e, também, no tipo de atmosfera controlada que se usa para garantir a qualidade do produto. Então, quando participamos de uma feira como essa, além de aumentar os mercados consumidores, temos a oportunidade de negociar a logística e garantir a qualidade da fruta no destino e, também, uma melhor margem de ganho para o produtor”, ressalta Odemir.

Inês explica que ao atingir as melhores práticas de logística para exportações, o mercado interno também será beneficiado.

“Entendemos que se conseguirmos controlar a qualidade da fruta para o envio ao exterior, isso será ainda mais fácil para o mercado nacional. Todo mundo será beneficiado e poderá comprar goiabas bonitas e suculentas, no melhor ponto para o consumo”, ressalta a produtora e presidente da COAC.

Eduardo Aparecido da Silva, representante da Cooperativa, detalha que estudos técnicos para encontrar a melhor tecnologia de ambiente controlado para as goiabas de exportação estão em teste. “Temos alguns exemplos em que os produtores brasileiros de maçã, pêssego e caqui utilizam. Vamos para a Espanha para divulgar nosso produto e, também, participar de rodadas de negócios para quem sabe, encontrar o parceiro ideal para colocar nosso sonho logístico em prática”, projeta Eduardo.

Indicação Geográfica

Já a IG reconhece e protege a origem de produtos ou serviços ligados a uma determinada região, destacando suas qualidades e características específicas. É uma forma de agregar valor e credibilidade a produtos e serviços, atestando sua procedência e vinculando-os à sua região de origem.

“O Sebrae foi o nosso maior incentivador para a conquista da IG. Depois veio a GlobalGAP que nos certificou para começarmos as exportações. Mais do que conquistar novos mercados, essas certificações elevaram a qualidade da nossa goiaba. Hoje temos rastreabilidade e padrão, o que é cada vez mais exigido por todos os tipos compradores”, conclui Inês.