Livros? Afonso Reis Cabral e Ana Margarida de Carvalho entre destaques

'O Último Avô' é o título do livro que assinala o retorno de Afonso Reis Cabral à publicação, na Dom Quixote, desta vez com a história do mais célebre escritor português, que destrói o seu manuscrito secreto pouco antes de morrer, deixando ao neto o peso de desvendar o mistério.

Entre a sombra da Guerra Colonial, a ausência da mãe e os segredos de uma família marcada por perdas e paixões, 'O Último Avô' é a história de uma herança literária que se confunde com a vida.

'O Meu Irmão' foi o primeiro romance de Afonso Reis Cabral, que venceu o Prémio LeYa, seguindo-se 'Pão de Açúcar', publicado em 2018, vencedor do Prémio Literário José Saramago.

Outra novidade da Dom Quixote para setembro é a publicação de 'Novas Fases da Lua', de João de Melo, a estreia do escritor açoriano - a comemorar 50 anos de carreira literária -- no género diarístico.

Iniciado em 2017 e terminado em 2024, nas páginas deste diário estão as reflexões do autor sobre a realidade que o rodeia, revelando não o quotidiano íntimo, mas os seus modos de ver e opinar sobre si mesmo e sobre os outros, bem como o pensamento social, cultural e político que a realidade lhe oferece.

A editora vai publicar também o primeiro romance do escritor brasileiro Marcelo Rubens Paiva (autor de 'Ainda estou aqui'), 'Feliz Ano Velho', um clássico da literatura brasileira contemporânea, que relata o acidente que deixou o autor tetraplégico.

Este romance autobiográfico sobre o acidente que colocou Marcelo Rubens Paiva numa cadeira de rodas quando tinha vinte anos tornou-se, rapidamente, um sucesso entre o público e a crítica, foi amplamente traduzido, adaptado ao teatro e ao cinema, conquistou prémios, como o Jabuti, o principal das Letras brasileiras, e tornou-se tema recorrente de trabalhos nas universidades brasileiras.

Em estreia em Portugal, o escritor norte-americano Don Carpenter chega aos leitores portugueses, também pela Dom Quixote, com o seu livro 'Chuva Pesada', publicado originalmente em 1966, quando o autor tinha apenas 34 anos, e que nasceu com o rótulo de obra-prima mal-amada -- venerada pelos escritores, ignorada pelo público --, tendo-se tornado um livro de culto já depois de o autor se ter suicidado (em 1995).

O romance acompanha a história de Jack Levitt, que, abandonado ainda bebé e criado entre orfanatos, cresce à margem da sociedade, sobrevivendo nos salões de bilhar de Portland até cruzar o caminho de Billy Lancing, um talentoso jogador de 'snooker' marcado pelo racismo.

Separados pelo destino --- Jack pelo reformatório e Billy por uma vida conjugal opressiva --- reencontram-se anos depois na prisão de San Quentin, onde a violência e a luta pela sobrevivência expõem a face mais sombria do sonho americano.

Ainda pela Dom Quixote vão sair 'Feitas de Culpa', romance de estreia da escritora búlgara Joanna Elmy, e 'Laços de Sangue', um novo livro do mestre do 'noir' nórdico Jo Nesbø, enquanto a Asa edita 'O Barracão das Mulheres', de Fermina Cañaveras, sobre as mulheres europeias obrigadas a prostituir-se nos campos de concentração.

A Casa das Letras volta a publicar Mieko Kawakami, autora de 'Seios e óvulos', desta vez com o romance 'Todos os Amantes da Noite', uma história sobre solidão e isolamento social e uma crítica feroz ao modo de vida atual da sociedade japonesa.

Outra novidade literária do mês de setembro é 'A chuva que lança a areia do Saara', estreia da premiada escritora Ana Margarida de Carvalho na Companhia das Letras, um romance "de fulgor inédito, repleto de personagens ímpares", segundo a editora.

A mesma editora vai ainda publicar 'Os substitutos', do autor brasileiro Bernardo Carvalho, e 'A justa desproporção', do português Daniel Jonas.

Pela Alfaguara chega mais um romance do colombiano Juan Gabriel Vasquez, 'Os nomes de Feliza' - uma fusão de biografia, invenção, história e imaginação -, assim como outro da italiana Beatrice Salvioni, 'A malriada', sequela de 'A Malnascida', publicado em 2023.

A Cavalo de Ferro traz em setembro novos livros de Irene Sola, 'Dei-te Olhos e Viste as Trevas', de Zbigniew Herbert, 'Labirinto à Beira-mar', de Leo Perutz, 'O cavaleiro sueco', e, de Carmen Laforet, 'A Ilha e os Demónios'.

Na Relógio d'Água vai ser publicado um dos livros finalistas do Prémio Booker 2024, 'Abraço', de Anne Michaels, bem como o livro de ensaios 'Pontas Soltas II', de José Gil e Ana Godinho, e 'Conversas sobre Deus --- Um Diálogo com Simone Weil', de Byung-Chul Han.

O grupo Almedina lança 'A Minha Vida -- Leon Trotsky', a autobiografia do escritor, intelectual marxista e revolucionário bolchevique, organizador do Exército Vermelho, quando se assinalam 85 anos sobre a sua morte, às ordens de Estaline, no México, onde o autor de 'Problemas da Vida Quotidiana' se encontrava exilado, depois de expulso do Partido Comunista e da União Soviética.

Outros destaques desta editora são a publicação, pela primeira vez em Portugal, do texto completo de 'Humano, Demasiado Humano', de Friedrich Nietzsche, o clássico de Joseph Conrad 'Gaspar Ruiz e Um Par de Outras Histórias', e a obra 'Vítimas Perfeitas', de Mohammed El-Kurd, reconhecido escritor e poeta palestiniano.

A Caminho lança um novo romance de João Paulo Borges Coelho, 'Narração Nocturna', e um livro de crónicas de Djamila Ribeiro, 'Travessias', ao passo que a Porto Editora vai publicar 'Vidas Paralelas', do escritor britânico Iain Pears, e, na coleção contemporânea, lança 'A Existência da Vida', de Iida Turpeinen.

No campo da poesia, chegam 'A Floresta das Intensidades', de Maria Gabriela Llansol, 'Poesia', de Jean-Arthur Rimbaud, e 'Idade da Perda', de Daniel Jonas, todos na Assírio & Alvim.

Os destaques do Grupo Editorial Presença incluem 'O Barman do Ritz', do francês Philippe Collin, 'Precipício', do britânico Robert Harris, autor de 'Conclave', 'A livraria dos livros proibidos', de Marc Levy, e 'Depois de Annie', o mais recente romance de Anne Quindley.

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