Teste a Trump!

Os 19 drones russos que invadiram a Polónia representam um teste à capacidade de reação rápida da NATO, mas acima de tudo constituem uma avaliação direta à posição de Trump sobre o incidente e à firmeza americana relativamente ao Tratado do Atlântico Norte. Curiosamente, a primeira reação do presidente americano foi uma espécie de adivinha: «Cá vamos nós, outra vez!»
Quem vai? Que outra vez? Que resposta? Os drones russos, de patente iraniana, podem continuar a cair em território da NATO? Não interessa se é a Polónia. O «um por todos», ou vice-versa, não é apenas uma clásula de um tratado do século passado: obriga os 32 Estados aliados a responder em caso de invocação do artigo 5.º. E já estamos no patamar do artigo 4º!
Há uma curiosidade ainda inexplicável: desde que Trump chegou à Casa Branca e se encontrou com Putin, no Alasca, houve claramente um aumento exponencial dos ataques russos à Ucrânia. Quase todas as noites lançam centenas de drones e alguns mísseis, em particular contra alvos civis.
Parece que Putin conta com a complacência americana. Está a triplicar esforços e ataques em todas as frentes e por todos os meios, contando ainda com a cobertura chinesa, norte-coreana e iraniana. Se a NATO, neste incidente, não mostrar união e força, Putin encostará a Aliança à parede. É um momento perigoso. Sobretudo com Trump na Casa Branca.
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Visao