Os três estalinistas!

Pequim encheu-se de gente. Todos querem ver, todos querem estar. Mas, no meio da multidão, só contam três. Xi, Putin e Kim. O resto é para recordar.
Xi é a fera vestida de cordeiro. Sorri, acena, mas é o novo imperador. Putin continua a ser o cossaco bamboleante — esperto, calculista, mas de bolso cada vez mais vazio. Kim é o fanfarrão perigoso, sustentado a sopro de Pequim. Três homens, três estalinistas. Ou, melhor, a versão de Estaline servida em modo «redux.»
Na China, também aparece Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, perdido e sem perceber o «abraço». Xi não vai desfilar para homenagear ninguém. Vai mostrar músculo. Para meter medo. Aos convidados, a Washington, à NATO.
A estratégia de Xi é transparente: paciência milenar, livro aberto, e uma mensagem clara. Há uma nova superpotência. Em todos os sentidos. E Pequim vai gritar: «Não se metam connosco!» A parada militar será o cartaz desse poder.
Putin já nem disfarça: está no bolso de Xi. A Rússia era a “superpotência”. A Ucrânia desfez o estatuto. E Kim vive porque Pequim deixa. Pyongyang só existe porque milhares de soldados chineses morreram na Guerra da Coreia. Xi nunca esquecerá.
Trump, claro, não liga nenhuma. Está irritado porque não foi convidado. Vai «sacar» de mais tarifas. Para que aprendam. São os novos mísseis hipersónicos da Casa Branca.
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Visao