BIOMASSA – uma importante missão da ESA com participação polaca

Os principais elementos da missão BIOMASS, que foi lançada ao espaço no final de abril, foram preparados por especialistas poloneses. O principal contratante do satélite foi a Airbus, com a participação da Airbus Polônia. Sener Polska, PIAP Space e GMV também participaram da preparação da missão.
A missão , que deverá fornecer informações incomparáveis sobre as florestas da Terra e o ciclo do carbono, foi lançada em 29 de abril. Uma hora após o lançamento, as estações terrestres receberam informações preliminares de que o instrumento estava operando corretamente.
O satélite está equipado com o primeiro radar com a chamada abertura sintética de banda P, capaz de penetrar nas copas das árvores para medir a biomassa lenhosa – troncos, galhos e membros – onde a maior parte do carbono é armazenada. Essas medições servem como um indicador da quantidade de carbono armazenado.
Os cientistas enfatizam que essa é uma informação fundamental para prever a evolução climática. Estima-se que as florestas absorvam cerca de 8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, mas o desmatamento, que ocorre principalmente na zona tropical, libera carbono de volta para a atmosfera. O satélite permitirá uma compreensão precisa do ciclo do carbono nas florestas.
Especialistas poloneses desempenharam um papel importante na preparação da missão. O principal contratante do satélite foi a Airbus, com a participação da Airbus Polônia.
A Sener Polska fabricou e testou o Equipamento Mecânico de Suporte Terrestre (MGSE) que dá suporte à instalação do satélite. Não é uma tarefa fácil, pois mede 12 metros de largura e 20 metros de comprimento. O kit MGSE inclui: dispositivos para montagem e desmontagem de painéis solares.
Além disso, os engenheiros da empresa projetaram um contêiner e dispositivos que permitem o transporte de painéis junto com instrumentos.
"A Sener Polska opera desde 2006 e uma de suas especializações são dispositivos de suporte terrestre para missões. Nossa equipe forneceu dispositivos que auxiliam nos procedimentos de montagem, transporte e teste para as missões mais importantes da Agência Espacial Europeia, incluindo JUICE e EUCLID. Para esta missão, criamos um conjunto de dispositivos MGSE composto por 13 elementos, um recorde em nosso mercado na época. Foi essa experiência que nos permitiu obter um contrato de cooperação com a OHB Itália na missão Biomass", disseram os especialistas da empresa à PAP.
A PIAP Space também participou da construção do MGSE, preparando estruturas mecânicas avançadas que atendem aos rigorosos padrões da ESA, levando em consideração os requisitos do ambiente de sala limpa.
"Fomos selecionados na licitação graças à combinação de alta competência técnica, preço competitivo e prazo de entrega curto. Nossa experiência em projeto e integração de sistemas MGSE, conhecimento das normas ECSS, capacidade de trabalhar em condições de sala limpa e capacidade de cooperar com parceiros internacionais foram de fundamental importância. Além disso, nossa oferta incluiu soluções técnicas inovadoras que atenderam aos requisitos da ESA e apoiaram o desenvolvimento tecnológico na região", explicou Mateusz Krawczak, da PIAP Space.
Como ele observou, o maior desafio era garantir a total conformidade dos dispositivos projetados com os rigorosos padrões da ESA, mantendo alta qualidade, confiabilidade e otimização de custos e tempo de implementação.
"Os MGSEs são dispositivos essenciais para a segurança de componentes espaciais, razão pela qual devem atender a requisitos altíssimos de precisão, estabilidade estrutural e limpeza – especialmente ao trabalhar em ambientes de sala limpa. A necessidade de adaptação às mudanças nos requisitos do projeto e a estreita cooperação com parceiros internacionais também exigiram grande flexibilidade e uma abordagem de engenharia avançada", acrescentou Jerzy Miquel-Wrotek.
A filial polonesa da GMV também desempenhou um papel significativo no programa, cujas tarefas incluíam: planejar como um satélite deveria se mover em sua órbita para coletar dados úteis. A empresa também preparou componentes terrestres essenciais do sistema de processamento de dados, que transformam dados “brutos” transmitidos pelo satélite em informações úteis para cientistas.
Como explicam os especialistas da GMV Polska, graças aos algoritmos desenvolvidos por esta equipe, será possível agregar, validar e interpretar inicialmente mais de 950 terabytes de dados do radar do satélite.
"Desde o início dos preparativos para a missão BIOMASS, a filial polonesa da GMV tem sido parte integrante do consórcio e tem colaborado na criação de uma solução que atenderá a todos os pressupostos da missão. Nossa tarefa foi desenvolver ferramentas que permitirão que os dados coletados pelo satélite se tornem uma fonte valiosa de conhecimento para a comunidade científica em todo o mundo", enfatizou Agnieszka Rojek, Engenheira de Análise de Missão e Gerente de Projetos BIOMASS da GMV.
"Estamos satisfeitos que a Polônia esteja desempenhando um papel tecnológico importante, especialmente em um projeto de tamanha importância para a ciência e o meio ambiente. Isso prova que nosso país tem potencial para participar dos projetos mais importantes da ESA, criando soluções inovadoras e essenciais", acrescentou.
Marek Matacz
mate/ barra/
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