Descalzi ao FT: "Correção política? Detesto. No Congo, corri um risco"

"Odeio o politicamente correto, vejo isso como uma restrição, uma barreira. É falso... Odeio o mainstream." O CEO da Eni, Claudio Descalzi (foto), confessa ao Financial Times que há muito rejeita o pensamento conformista que encontrou na Europa. E em uma entrevista, ele revela muitas anedotas de sua carreira e vida pessoal. "Você diz o que todo mundo diz, e se não diz, não está no clube certo. Isso é uma forma de ficar parado. Uma caixa vazia, um conceito vazio. Na vida, você tem que questionar tudo", diz ele.

Na década de 1990, enquanto a guerra civil grassava na República do Congo , conta Descalzi, o gerente, então com 41 anos, dormia debaixo da cama com as filhas para evitar ser baleado à noite. "Minha esposa estava grávida. Felizmente, ela conseguiu sair do país. Eu fiquei preso com minhas duas filhas pequenas", conta. Dois anos se passaram antes que ele voltasse à Itália. "Eu era o responsável pelos expatriados que foram deixados lá. Nessas circunstâncias, a última coisa em que você pensa é no fluxo de caixa ou nas operações."

Não foi a primeira missão difícil no exterior para Descalzi, que está à frente da Eni há onze anos. Quando questionado pelo Financial Times por quanto tempo permanecerá no comando da empresa, Descalzi respondeu que "estamos em uma situação volátil e não é fácil mudar de liderança com muita frequência. Mas, obviamente, acrescentou, um CEO não pode ficar para sempre".

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