Saúde bucal. Por que é essencial cuidar da gengiva?

Você decidiu usar fio dental e está passando-o diligentemente entre cada dente. No entanto, sua gengiva está sangrando em vários lugares. Isso não é causado pelo uso do fio dental, mas por gengivite, uma inflamação gengival causada pelo acúmulo de placa bacteriana ao longo da linha gengival.

Esse ambiente abriga bilhões de bactérias que liberam toxinas e enzimas, responsáveis ​​pela irritação e inflamação dos tecidos. Quase 50% dos adultos têm gengivite, muitas vezes sem saber. O uso do fio dental, que remove a placa bacteriana e os restos de comida, apenas a revela.

A atitude correta é continuar usando o fio dental apesar desse sangramento inicial, pois ele desaloja as bactérias profundamente (os espaços interdentais representam 40% da superfície total dos dentes, área inacessível à escova).

O Dr. Sacha-Gabriel Ayache recomenda consultar um dentista se o sangramento persistir após 15 dias de uso do fio dental, pois isso pode ser um sinal de periodontite (uma inflamação mais profunda que afeta os tecidos de suporte do dente). Pessoas que usam fio dental regularmente reduzem o risco de periodontite em 40 a 50%.

Sangrar ao escovar os dentes nunca é normal. É o primeiro sinal de gengivite, que, se não tratada, pode evoluir para periodontite. Quase 20% dos franceses sofrem de periodontite, a principal causa de perda dentária em adultos.

Se suas gengivas sangram mesmo quando você escova os dentes, consulte um dentista duas vezes por ano. A raspagem geralmente é suficiente quando a gengivite ainda é superficial, enquanto o alisamento radicular (limpeza das superfícies dos dentes abaixo da gengiva) é necessário se a periodontite já estiver instalada. Se não for tratada, a periodontite causa o afrouxamento dos dentes e destrói o osso circundante.

Mas o sangramento também pode ser um sinal de escovação muito vigorosa. Você não deve usar uma escova de dentes com cerdas duras, mas sim uma escova macia e escovar delicadamente. Escovar com mais força não remove melhor a placa bacteriana!

A gengiva forma uma barreira contra bactérias e restos de alimentos, protegendo as raízes dos dentes e o osso alveolar. Quando essa vedação natural ao redor do dente perde sua estanqueidade, forma-se uma bolsa periodontal. Isso é completamente indolor.

Mesmo dentes perfeitamente saudáveis ​​abrigam placa bacteriana, uma fina película de bactérias que se aloja ao longo da linha da gengiva. Se não for removida, essa placa endurece e se transforma em tártaro. O tártaro irrita a gengiva e pode causar gengivite ou periodontite.

Somente uma limpeza profissional pode remover o tártaro, por isso a importância de consultar um dentista regularmente .

Descalcificar não é divertido, mas é essencial.

O tártaro é um depósito mineral que se forma a partir da placa bacteriana não eliminada (restos de alimentos, bactérias, proteínas da saliva, células mortas). Se não for removido regularmente, a placa endurece ao incorporar minerais presentes na saliva, principalmente cálcio e fosfato. Esse tártaro irrita a gengiva e é um importante fator de risco para doenças periodontais.

A ideia de que a raspagem amolece os dentes baseia-se em um equívoco. Quando o tártaro se acumula, ele empurra a gengiva para trás e mascara sua fragilidade. Uma vez removidos, os dentes podem parecer "mais longos" ou mais expostos, dando a impressão de estarem frouxos. Na realidade, não é a raspagem que enfraquece os dentes, mas sim o acúmulo de tártaro que já danificou a gengiva e o osso que os sustenta.

Longe de amolecer os dentes, a raspagem ajuda a preservá-los: ao remover o tártaro, elimina a principal causa da inflamação gengival. Combinada com uma boa higiene bucal, reduz significativamente o risco de periodontite, a verdadeira culpada pela perda dentária.

A raspagem anual geralmente é suficiente para indivíduos de baixo risco, que é a maioria das pessoas. Em casos de gengivite ou periodontite, recomenda-se a cada 3 a 6 meses. Para fumantes ou pessoas muito estressadas, duas raspagens por ano costumam ser necessárias, pois o tabagismo e o estresse reduzem a saliva e promovem o acúmulo de tártaro.