Em La Rochelle, a crise habitacional também se aplica aos cemitérios

O ossuário do cemitério de Saint-Éloi está atingindo sua capacidade máxima. Espera-se que seja ampliado nos próximos anos. O ossuário de Rossignolette poderá ser reaberto nesse meio tempo.
Diante da escassez de moradias, teremos que construir. Em La Rochelle, esse mantra se aplica tanto aos vivos quanto aos mortos. Com seus cinco cemitérios (Saint-Éloi sendo de longe o maior, seguido por Rossignolette, Mireuil, Laleu e Saint-Maurice), a cidade conta com 27.000 vagas para os falecidos (tanto para sepultamentos quanto em columbários). "Mas, até 2030, precisamos nos preparar para receber mais falecidos em nossos cemitérios devido às mudanças demográficas e ao desaparecimento da geração baby boomer", garante Emmanuel Pavy, diretor de espaços verdes, limpeza urbana e cemitérios em La Rochelle.
E para isso, é preciso criar espaço. Isso significa mover os corpos dos falecidos cujas concessões expiraram (após 15, 30 ou 50 anos) para depositar seus ossos no ossuário de Saint-Éloi. O mesmo vale para as urnas funerárias inicialmente colocadas nos columbários, que são transferidas para o ossuário assim que a concessão expira. "Mas sempre tentamos encontrar os descendentes para perguntar se desejam renovar a concessão com antecedência, é claro", diz Chantal Vetter, vereadora municipal responsável pelos cemitérios. "E se não encontrarmos ninguém, colocamos uma placa na concessão dois anos antes de expirar."
Dois ossários em construçãoMas mesmo sem a renovação das concessões, surge um problema em La Rochelle: o ossuário de Saint-Éloi, o único ainda em funcionamento na cidade, está chegando ao limite. Construído há cerca de cem anos, agora é impossível saber quantos mortos estão enterrados lá. "Mas um novo ossuário é a solução", garante Chantal Vetter. "Ou, mais precisamente, uma expansão do ossuário existente, dobrando sua área, que atualmente é de cerca de 1.200 m³. O anterior nos permitiu durar cerca de cem anos, o que nos daria tempo para ver o que acontece", acrescenta Emmanuel Pavy.

J.-C. Sounalet / Arquivos SO
Em termos de cronograma, a expansão do ossuário não está prevista para o futuro imediato. "Os estudos estão previstos para começar no próximo ano. Podemos esperar que a obra leve de três a cinco anos para ser concluída", explica Chantal Vetter. Enquanto isso, uma solução provisória poderá ser encontrada.
"No cemitério de Rossignolette, temos um ossuário, mas ele não é usado há anos porque não foi adaptado, principalmente em termos de segurança para as equipes que trabalham lá. Faremos as reformas necessárias para podermos usá-lo novamente dentro de um ou dois anos, o que nos permitirá administrar o período interino antes da entrega do outro ossuário", acrescenta o eleito.
Uma solução que, portanto, será apenas temporária. "Com 50 m³, seu tamanho não é absolutamente adequado às nossas necessidades a longo prazo", insiste Emmanuel Pavy. Em La Rochelle, a crise imobiliária claramente não poupa ninguém, nem mesmo os mortos.
SudOuest