Tarifa de 17% sobre tomates mexicanos, que representam 90% do consumo dos EUA

Inicialmente, o governo dos EUA ameaçou os tomates mexicanos com uma sobretaxa de 21%, antes de finalmente decidir impor uma tarifa de 17% sobre a fruta. O México imediatamente denunciou a sobretaxa como "injusta" e "contrária aos interesses dos produtores mexicanos e da indústria americana", de acordo com um comunicado dos Ministérios da Agricultura e da Economia mexicanos divulgado na segunda-feira.
“Dado que dois em cada três tomates consumidos nos Estados Unidos são colhidos no México, a medida […] afetará apenas o bolso dos consumidores americanos, já que será impossível substituir os tomates mexicanos”, acrescenta o documento.
O Departamento de Comércio dos EUA acusa produtores mexicanos de práticas anticompetitivas e alega que as tarifas foram calculadas para compensar essas práticas. "O México continua sendo um dos nossos principais aliados, mas por muito tempo nossos agricultores foram esmagados por práticas comerciais desleais que reduzem artificialmente o preço (de produção, nota do editor) de produtos como o tomate", disse o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, em um comunicado.
Antes do anúncio dessas novas taxas alfandegárias, a presidente mexicana Claudia Sheinbaum garantiu que estava "trabalhando para reduzir os efeitos" dessa sobretaxa.
"É muito difícil parar de exportar tomates para os Estados Unidos porque a produção doméstica não atende à demanda americana", acrescentou. No total, 90% dos tomates importados para os Estados Unidos vêm do México, lembrou o Ministro da Agricultura, Julio Berdegué, em abril, antecipando riscos reais de aumento de preços do outro lado do Rio Bravo/Rio Grande.
Guerra comercialO México, maior parceiro comercial dos Estados Unidos, se encontra na linha de frente das guerras comerciais iniciadas por Donald Trump desde seu retorno à Casa Branca em janeiro.
Os Estados Unidos finalmente isentaram o México e o Canadá das tarifas "recíprocas" impostas a outras economias globais. Os três países estão unidos por um acordo de livre comércio.
A Casa Branca também recuou parcialmente na sobretaxa imposta como parte da luta contra o tráfico de fentanil, um opioide poderoso que está causando uma grave crise de saúde nos Estados Unidos, ao isentar produtos mexicanos e canadenses importados para o país sob o Acordo de Livre Comércio Canadá-Estados Unidos-México (CUSMA), que cobre a maior parte do comércio.
SudOuest