Coreia do Sul chega a acordo de última hora com os EUA sobre tarifas de 15%

A Coreia do Sul chegou a um acordo comercial de última hora com os Estados Unidos na quarta-feira, 31 de julho, limitando as sobretaxas alfandegárias sobre a maioria de seus produtos a 15%, em vez dos 25% que Donald Trump havia ameaçado impor, um alívio relativo para a quarta maior economia da Ásia, que é fortemente dependente de suas exportações.
"Chegamos a um acordo sobre tarifas de 15% para a Coreia do Sul", anunciou o presidente dos EUA em sua rede, Truth Social. Ele enfatizou que Seul se comprometeu, como parte desse acordo, a investir 350 bilhões de dólares (305,63 bilhões de euros) nos Estados Unidos e a comprar 100 bilhões de dólares em gás natural liquefeito (GNL) americano e outras fontes de energia nos próximos 3,5 anos.
Donald Trump então convidou seu colega sul-coreano, Lee Ja-myung, para Washington "dentro de duas semanas". Esta será sua primeira visita aos Estados Unidos desde que assumiu o poder em 4 de junho.
"Com este acordo, o governo eliminou a incerteza em torno das condições de exportação e garantiu que as tarifas americanas sobre nossas exportações sejam menores ou iguais às impostas aos nossos principais concorrentes comerciais", disse o Sr. Lee em sua página no Facebook. "Isso cria um ambiente no qual nossas empresas podem competir em igualdade de condições, ou até mesmo em condições mais favoráveis, com os principais players globais", acrescentou.
Sobretaxas de 50% para aço e alumínioO chefe de gabinete do presidente sul-coreano Kim Yong-bum esclareceu durante uma coletiva de imprensa que as exportações de automóveis, um setor-chave atingido por uma sobretaxa de 25% nos EUA desde abril, se beneficiariam da nova taxa recíproca de 15%.
"Para semicondutores e produtos farmacêuticos, que estariam sujeitos a tarifas no futuro, a Coreia deveria receber um tratamento pelo menos tão favorável quanto o concedido a outros países", acrescentou Kim, sem dar mais detalhes.
O mercado americano responde por metade das exportações de automóveis da Coreia do Sul, que representam 27% do total das exportações do país para os Estados Unidos. No entanto, "aço, alumínio e cobre não estão incluídos e permanecem inalterados", disse o negociador americano Howard Lutnick ao X. Aço e alumínio estão sujeitos a sobretaxas de 50% desde junho.
150 bilhões para construção navalO presidente sul-coreano especificou que, do fundo de US$ 350 bilhões incluído no acordo para incentivar as empresas de seu país a investir nos Estados Unidos, US$ 150 bilhões seriam destinados à construção naval e o restante a setores como semicondutores, baterias, biotecnologia e energia.
A Coreia do Sul, a segunda maior construtora naval do mundo, atrás da China, tem apostado no setor como moeda de troca em suas negociações com os Estados Unidos, cujos estaleiros estão tendo dificuldades para atender à demanda interna.
Este é o sétimo acordo firmado por Washington, após os firmados com o Reino Unido, Japão, União Europeia, Filipinas, Vietnã e Indonésia. No início de julho, o presidente dos EUA enviou cartas de cessar e desistir a dezenas de seus parceiros comerciais, ameaçando-os com tarifas punitivas caso não chegassem a um acordo com Washington até sexta-feira, 1º de agosto. Em 2024, o déficit comercial dos EUA com a Coreia do Sul era de US$ 66 bilhões, segundo dados do Departamento do Tesouro dos EUA.
O mundo com a AFP
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