Fabrice Courtin, o geógrafo que acerta em cheio contra a doença do sono

O ano de 2025 começou com boas notícias para a Guiné: desde janeiro, a tripanossomíase humana africana (THA), mais conhecida como "doença do sono", deixou de ser considerada um problema de saúde pública. Essa doença, causada por um parasita, o tripanossomíase, transmitido pela mosca tsé-tsé, acaba destruindo o sistema nervoso e levando as vítimas não tratadas ao coma fatal. Atualmente, há menos de 1 caso por 10.000 habitantes na Guiné por ano. Sete outros estados da África Ocidental já caíram abaixo desse limite, definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2015 para que uma doença deixe de ser um problema de saúde pública.
Seja na Costa do Marfim em 2021, no Chade em 2024 ou agora na Guiné, esse sucesso deve muito a Fabrice Courtin, de 48 anos. Este pesquisador do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) não é médico, nem entomologista, nem parasitologista: ele é geógrafo. E possui uma tenacidade extraordinária, segundo seus colegas. " Fabrice levou a contribuição de sua disciplina ao mais alto nível nessa luta: ele identificou as condições físicas geográficas (vias navegáveis, agricultura, paisagem) e as condições humanas (densidade populacional, rotas de viagem) favoráveis ao desenvolvimento da doença." admira seu amigo e colega Dramane Kaba, entomologista, diretor do Instituto Pierre-Richet em Bouaké, uma filial do Instituto Nacional de Saúde Pública da Costa do Marfim.
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Le Monde