Bancos não europeus, acesso a ativos, transporte médico... A ministra Catherine Vautrin revela as linhas gerais do projeto de lei sobre fraude social estimada em 13 bilhões de euros por ano

“A fraude social é uma traição.” Catherine Vautrin, Ministra do Trabalho, delineou diversas propostas que serão incluídas no projeto de lei contra a fraude social, em entrevista ao Le Parisien no sábado, 2 de agosto.
De acordo com um relatório publicado em setembro de 2024 pelo Conselho Superior de Finanças Públicas, esta fraude social é estimada em 13 mil milhões de euros por ano, enquanto o montante de fraudes detetadas e travadas é de 2,1 mil milhões de euros.
“Este texto também incluirá medidas para combater a fraude fiscal”, disse o ministro ao Le Parisien, enquanto o valor estimado da fraude fiscal está entre 60 e 80 bilhões de euros, em comparação com 16,7 bilhões de euros detectados. […]
No início de julho, um taxista foi condenado a 30 meses de prisão por fraude e lavagem de dinheiro contra fundos de seguro de saúde primário em Bouches-du-Rhône. O suspeito havia faturado € 2,3 milhões à previdência social em transporte médico fictício entre 2019 e 2024. Para evitar novos casos, Catherine Vautrin anunciou que quer "exigir que as transportadoras se equipem com um sistema de geolocalização e um sistema integrado de faturamento eletrônico".
Entre outros anúncios, o combate será intensificado nas contas bancárias localizadas fora da União Europeia, para as quais o seguro-desemprego não poderá mais ser depositado, segundo o plano estabelecido pelo ministro.
Ao mesmo tempo, embora as empresas e os trabalhadores autônomos representem a principal categoria de fraude social, o ministro pretende impedir que as empresas que realizam trabalho não declarado consigam "organizar sua insolvência", bloqueando suas contas bancárias "durante o período de controle".
Por fim, "da mesma forma que o Ministério da Economia tributa os traficantes sobre a quantidade de drogas apreendidas, nós também os tributaremos mais", anunciou a Sra. Vautrin. O texto, portanto, aumentaria a CSG (Contribuição Social Geral) arrecadada por atividades ilícitas em uma alíquota de 45%. […]
Fdesouche