Depois de 44 anos, a Bienal Internacional de Arte de Antioquia retorna.

Bienal Internacional de Arte de Antioquia.
Após mais de quatro décadas, a Bienal Internacional de Arte de Antioquia e Medellín (BIAM) retorna em 2025 com uma edição que busca posicionar a região como referência em arte contemporânea global. A iniciativa, organizada pelo governador Andrés Julian Rendón e pelo diretor do Instituto de Cultura e Patrimônio de Antioquia (ICPA), Roberto Rave, acontecerá de 2 de outubro a 25 de novembro e contará com a participação de mais de 100 artistas da Colômbia e de outros países. A BIAM será uma plataforma cultural que promoverá a arte e o talento nacionais e internacionais, fomentando o diálogo entre as vozes da região e do cenário global .
O retorno da BIAM revisita o legado das Bienais de Arte de Coltejer (1968, 1970, 1972) e da IV Bienal, realizada em 1981, que apresentaram obras emblemáticas de arte conceitual e experimental de artistas de mais de 25 países e reuniram centenas de milhares de visitantes, consolidando a cidade como um epicentro da arte contemporânea na região. Agora, com uma visão renovada e mais regionalizada, a BIAM 2025 busca reconectar Antioquia com a cena artística internacional, promovendo o intercâmbio cultural, a circulação de ideias e o diálogo entre criadores de diferentes países.
“O tema central do BiAM 2025 é 'Arte, uma Janela para a Liberdade', um convite a pensar a liberdade como uma força perceptível que brota do território, de suas vozes e experiências. Não a entendemos como uma ideia abstrata, mas sim como um gesto, um impulso criativo, uma possibilidade real de imaginar outros mundos. Queremos que a arte circule com força por todo o departamento, com obras e artistas que desafiem paradigmas e ativem a liberdade como prática viva”, afirmou Roberto Rave, diretor do ICPA.
As diversas exposições e atividades do BIAM 2025 estão organizadas em quatro eixos conceituais: Identidades Urbano-Regionais, que examina a construção de identidades na intersecção entre áreas urbanas e rurais; Saberes e Tecnologias Ancestrais, que propõe um diálogo entre o conhecimento tradicional e os sistemas tecnológicos contemporâneos; Memória – Transumância, que explora a migração e o deslocamento como formas de resistência e liberdade; e Ecologias Humanas, que confundem as fronteiras entre natureza, corpo, comunidade e território.
Além disso, esta edição contará com uma Mostra Histórica com obras de mais de 10 artistas que participaram de bienais anteriores, conectando o passado com novas propostas e mostrando como a arte evoluiu em Antioquia.
Segundo o diretor do Instituto de Cultura e Patrimônio de Antioquia, as exposições serão apresentadas em locais emblemáticos de Medellín, como o Museu de Antioquia, o Palácio da Cultura Rafael Uribe Uribe, a Câmara de Comércio, o Parque de Artes e Ofícios Bello, o Edifício Coltabaco e as Universidades de Antioquia e Nacional.
Além disso, a bienal acontecerá principalmente em Medellín, El Retiro, La Ceja e Rionegro, onde se concentrarão atividades artísticas, exposições e encontros comunitários. Também serão lançados eventos satélites para alcançar os municípios das nove sub-regiões de Antioquia — Bajo Cauca, Norte, Occidente, Urabá, Suroeste, Oriente, Nordeste, Magdalena Medio e Valle de Aburrá — com o objetivo de tornar a arte presente em todo o país e proporcionar a mais pessoas o acesso a experiências artísticas e culturais.
A arte, uma janela para a liberdade, que inspira a BIAM, também presta homenagem ao legado cultural de Antioquia e a figuras emblemáticas como Epifanio Mejía, considerado um dos maiores poetas da Colômbia e autor da letra do Hino de Antioquia. Sua obra, que é em si uma ode à liberdade e à dignidade do povo antioquenho, evoca o caráter resiliente e criativo que definiu a região ao longo de sua história. Ao integrar esse legado simbólico à bienal, buscamos destacar o poder das palavras e da arte como manifestações que fortalecem a identidade e os valores de um território que fez da liberdade uma de suas maiores conquistas .
Portafolio