O governo não pode mudar o sistema de saúde por decreto: os pacientes exigem respeito à lei em resposta às decisões do Ministério da Saúde.

Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Spain

Down Icon

O governo não pode mudar o sistema de saúde por decreto: os pacientes exigem respeito à lei em resposta às decisões do Ministério da Saúde.

O governo não pode mudar o sistema de saúde por decreto: os pacientes exigem respeito à lei em resposta às decisões do Ministério da Saúde.
A organização Pacientes Colômbia, que reúne 200 associações de pacientes de todo o país que representam a sociedade civil, expressou em carta sua "profunda preocupação e repúdio" ao projeto de decreto com o qual o governo nacional buscaria modificar os aspectos do seguro regulamentados no Decreto 780 de 2016 e na Lei 100 de 1993, por meio do estabelecimento do "Modelo de Saúde Preventivo, Preditivo e Resolutivo". Esse modelo propõe mudanças semelhantes às da reforma sanitária, que ainda está em discussão e tramitação legislativa no Congresso da República.
Segundo a organização da sociedade civil, este projeto de decreto do Ministério da Saúde, longe de resolver a crise estrutural do sistema de saúde, criaria novas barreiras para os pacientes, especialmente aqueles que vivem com doenças crônicas, de alto custo ou raras ou que vivem em áreas remotas do país.

Pacientes levantaram suas vozes em vários cenários em resposta à crise financeira na área da saúde. Foto de : MAURICIO MORENO EL TIEMPO

“O texto proposto altera estruturalmente o modelo de saúde por via administrativa, sem deliberação legislativa ou controle político, ignorando a competência do Congresso e as determinações do Tribunal Constitucional no Auto 007 de 2025. Isso não constitui um golpe brando no Congresso, quando os partidos governistas convocam audiências públicas para debater a reforma da saúde? Além disso, elimina as atuais funções das seguradoras sem definir quem arcará com o risco financeiro, o que compromete a continuidade do tratamento e dos serviços para milhões de pacientes. Essas ações não resolvem problemas estruturais, como a demanda hospitalar, as dívidas com as operadoras de saúde, a crise de acesso a medicamentos e o fechamento de serviços por falta de recursos e pessoal”, disse Denis Silva, porta-voz da Pacientes Colômbia.

Denis Silva, porta-voz da Patients Colombia. Foto: Arquivo Privado

As organizações de pacientes enviaram seus comentários ao Ministério da Saúde e Proteção Social, pedindo ao governo que "se abstenha de emitir um decreto ilegal propondo mudanças na alocação do UPC", o que, alertam, violaria a Lei Estatutária 1751 de 2015 e decisões recentes do Tribunal Constitucional.
Segundo a organização de pacientes, o projeto de resolução também não define fontes claras de financiamento para a implementação de redes integradas, o papel dos Centros de Atenção Primária à Saúde (CAPS), infraestrutura, talentos humanos ou sistemas de informação, o que agravaria a crise financeira do setor. Além disso, na visão deles, isso não garantiria a formalização e a estabilidade do pessoal de saúde, o que afetaria a capacidade de resposta em áreas rurais e marginalizadas do país.

Ministro da Saúde, Guillermo Alfonso Jaramillo. Foto: Ministério da Saúde

Essas medidas se traduzem, segundo Pacientes Colômbia, na existência de dois modelos de atenção à saúde: um para os EPS intervencionados e outro para os não intervencionados, o que aumentaria a fragmentação do sistema de saúde e a crise de acesso, oportunidade e cobertura que os pacientes sofrem atualmente.
“Como organizações de pacientes, reiteramos que qualquer reforma do sistema de saúde deve incluir a participação significativa da sociedade civil, respeitar o arcabouço constitucional e legal e priorizar o acesso efetivo, a qualidade e a sustentabilidade do sistema. Solicitamos ao governo nacional e ao Ministério que se abstenham de emitir este decreto e, em vez disso, convoquem um diálogo amplo, democrático e transparente com todas as partes interessadas do sistema, incluindo os pacientes, para desenvolver soluções substantivas que garantam o direito fundamental à saúde de todos os colombianos ”, concluiu Silva.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo

eltiempo

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow