O 'caso Begoña' deixa o Governo abalado

O Gabinete de Intervenção do Estado, subordinado ao Ministério da Fazenda, acredita que os contratos concedidos pelo governo ao empresário Juan Carlos Barrabés, que Begoña Gómez, esposa do Primeiro-Ministro, endossou com cartas de recomendação, podem ter sido concedidos de forma fraudulenta. O governo tem evitado, até o momento, fornecer explicações para as alegações contra a esposa do presidente e afirma, apesar das evidências, que não há provas contra ela e que todo o caso se baseia em boatos de extrema direita e recortes de jornais.
O governo foi ainda mais longe ao atacar o juiz que conduz a investigação, na tentativa de desacreditá-lo. O relatório da auditoria constitui uma inversão completa do roteiro, desmantelando a narrativa de Moncloa e deixando Pedro Sánchez e seu governo tremendamente expostos. Por enquanto, Sánchez não pode mais se fazer de vítima e agora é forçado a dar explicações sobre as atividades privadas de sua esposa relacionadas ao seu cargo.
O problema para o presidente é que outro caso contra sua esposa, um suposto caso de desvio de dinheiro público, também está se tornando cada vez mais consistente. O juiz acredita que Begoña Gómez utilizou os serviços de um assessor que a auxiliava em questões protocolares para conduzir negócios pessoais, e os 121 e-mails que esse assessor enviou a empresas que financiaram suas atividades corroboram amplamente essa versão. A situação jurídica de Begoña Gómez começa a comprometer drasticamente o futuro do legislativo.
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