Telefónica mantém compromisso com seus negócios no Brasil

A Telefónica Brasil "continua sendo um ativo fundamental" para a gigante espanhola de telecomunicações. Com esta declaração, o presidente da subsidiária sul-americana, Christian Gebara, abordou os recentes relatos sobre uma possível venda de parte de sua participação naquele mercado, em um momento em que a empresa realiza desinvestimentos significativos em toda a América Latina.
Embora não tenha abordado especificamente a notícia publicada há um mês pelo jornal espanhol El Economista, que mencionava a necessidade de aumentar o capital sem adicionar mais dívida, ele reafirmou enfaticamente a importância da empresa para a matriz "junto com a Espanha, a Alemanha e o Reino Unido".
Segundo o executivo, a marca Vivo — como é conhecida a presença da Telefónica no Brasil — "contribui significativamente para os resultados do grupo, em termos de crescimento e, principalmente, de geração de caixa". A empresa representa 23% da receita total da controladora neste ano, "mesmo com a desvalorização do real".
Atualmente, a Telefónica España detém 70% do capital da subsidiária brasileira, o que significa que a multinacional manteria o controle da Vivo caso decidisse desinvestir pelo menos 20%.
As declarações de Gebara ocorreram após a Telefónica Brasil divulgar seus resultados do segundo trimestre e do primeiro semestre deste ano fiscal.
Em detalhes, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 2,403 bilhões (US$ 406 milhões) entre janeiro e junho, representando um aumento de 13,5% em relação ao ano anterior. Nesse período, também gerou uma receita de R$ 29,035 bilhões, 6,7% a mais que no ano anterior.
Entre abril e junho, a empresa registrou lucro líquido de R$ 1,34 bilhão, um aumento de 10% na comparação anual, abaixo dos R$ 1,37 bilhão esperados pelo mercado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) subiu para R$ 5,93 bilhões, um aumento de 8,8% em relação ao ano anterior.
No ano passado, o grupo espanhol alienou suas subsidiárias na Guatemala, Costa Rica, Colômbia e Uruguai, e anunciou a venda de suas subsidiárias na Argentina, Equador e Peru.
Foi noticiado recentemente que a Telefónica está em negociações exclusivas para vender seus negócios no México para a Beyond ONE, proprietária da Virgin Mobile México. Essa unidade pode ser avaliada em € 520 milhões (US$ 609,28 milhões), de acordo com uma nota de pesquisa publicada pela Kepler Chevreux em junho.
Enquanto na Argentina a Telecom está dando os passos finais para financiar sua aquisição da Telefónica, um acordo anunciado em fevereiro por US$ 1,245 bilhão, no caso da Colômbia, Uruguai e Equador, o comprador das operações da Telefónica foi a Millicom, uma operadora de serviços telefônicos fundada em Luxemburgo em 1990.
No caso dos negócios no Peru, a compradora das operações da Telefónica foi a argentina Integra Tec, que busca garantir sua fatia de alocação do espectro 5G no mercado andino.
Eleconomista