Mercados no vermelho: dólar sobe e ações e títulos argentinos despencam

A menos de duas semanas das eleições provinciais, o mercado financeiro argentino está no vermelho. O dólar subiu pelo quarto dia consecutivo, atingindo US$ 1,370 nos principais bancos. Com esses preços, a taxa de câmbio do varejo está se aproximando das máximas atingidas no final de julho.
Após uma semana turbulenta, os ativos argentinos começam a segunda-feira em queda, com o mercado atento aos ruídos políticos e financeiros antes do primeiro teste eleitoral do governo em 7 de setembro. Em Wall Street, os bancos argentinos continuam sofrendo, com perdas de quase 8%. Os títulos em dólar também continuam sua queda, chegando a cair 3,3% na segunda-feira.
A ação mais afetada entre os ADRs argentinos é a do Banco Supervielle. Edenor e Banco Macro completam a lista das empresas com pior desempenho, com quedas de 6,2% e 5,4%, respectivamente.
No mercado local, o índice Merval perdeu 5% em dólares desde a abertura. Até agora em agosto, o principal indicador da Bolsa de Valores de Buenos Aires caiu mais de 11% em moeda forte, com o maior impacto nos últimos pregões.
"Alguns fatores locais, como a temporada de balanços, e outros de perspectiva política, como a aprovação de medidas prejudiciais ao equilíbrio fiscal pelo Congresso, pressionaram o índice", informou o PPI. A queda dos preços das ações na segunda-feira é acompanhada por um tom negativo nos mercados globais. Em Nova York, o Dow Jones Industrial Average caiu 0,5%, enquanto o S&P 500 recuou apenas 0,1%.
" Wall Street está voltando a um tom mais calmo após celebrar a postura mais dovish do Fed , apesar de os ativos domésticos estarem sob pressão devido ao ruído político em um período eleitoral que continua a elevar a temperatura já a caminho do PBA", explicou o economista Gustavo Ber. "Os ativos domésticos continuam sendo menos influenciados ultimamente pelo clima externo e mais pela dinâmica política e econômica local, à medida que as tensões se intensificam dentro do calendário eleitoral ", acrescentou.
O mercado está nervoso após o escândalo associado à possível corrupção na Agência Nacional de Deficiência, que atinge o coração do governo poucas semanas antes das eleições. Estes são dias difíceis para o partido no poder: além da pressão sobre as taxas de câmbio em peso e dos efeitos indesejados do aperto monetário, o revés no Congresso e essas suspeitas se agravam, o que, na opinião dos operadores, diminui as chances de La Libertad Avanza obter uma margem significativa nas urnas de Buenos Aires.
Clarin