Claudia Sheinbaum comparece à cerimônia do centenário do Banco do México.

CIDADE DO MÉXICO.- A presidente do México , Claudia Sheinbaum Pardo, compareceu nesta segunda-feira à celebração do centenário da fundação do Banco do México (Banxico), no Museu Interativo de Economia (Mide).
Em seu discurso, Claudia Sheinbaum disse que "as decisões do Banco do México contribuíram para manter um ambiente econômico estável", considerando o ambiente global marcado pela incerteza decorrente da nova política tarifária do governo dos Estados Unidos.
"Essa estabilidade tem sido fundamental para impulsionar o investimento, fomentar o emprego formal, reduzir a volatilidade da taxa de câmbio e manter as finanças públicas sustentáveis", acrescentou em seu discurso.
📲 A presidente Claudia Sheinbaum destacou o trabalho do Banxico para manter o poder de compra das famílias mexicanas e proteger os mais pobres dos estragos da inflação. Ela também indicou que as decisões do Banco do México contribuíram para a manutenção de um... pic.twitter.com/xuoN1eEUWo
— Notigram (@Notigram) 25 de agosto de 2025
O presidente lembrou que a instituição "tem sido a guardiã da estabilidade e garantidora da soberania econômica" do país (...) e sua autonomia e rigor técnico" têm protegido as famílias mexicanas da inflação e das crises internacionais.
Claudia Sheinbaum aproveitou a celebração para avançar no objetivo de "tornar o sistema financeiro do país mais competitivo e acessível", afirmando que "o México é um dos países que menos concede crédito em proporção ao seu Produto Interno Bruto" entre as principais economias da América Latina e do mundo.
Ele disse que milhões de famílias, empreendedores e pequenas empresas enfrentam "enormes dificuldades" para acessar financiamento, "e sem crédito suficiente, o desenvolvimento produtivo desacelera, a inovação é limitada e a desigualdade pode se aprofundar".
"O financiamento deve deixar de ser um privilégio e se tornar um motor de desenvolvimento inclusivo. Um país com inflação baixa, mas com crédito insuficiente, é um país que fica aquém do seu potencial de crescimento", explicou.
Parabenizo o Banco do México pelos seus primeiros 100 anos. Agradeço à Governadora Victoria Rodríguez Ceja pelo convite para a cerimônia. pic.twitter.com/KBqI2HP0Sx
- Claudia Sheinbaum Pardo (@Claudiashein) 25 de agosto de 2025
Por meio de sua conta na rede social "X", antigo Twitter, a titular do Executivo federal parabenizou o Banco do México pelos seus primeiros 100 anos e agradeceu à governadora Victoria Rodríguez Ceja pelo convite para a cerimônia de aniversário.
Claudia Sheinbaum, no entanto, evitou comentar sua proposta de abrir um debate sobre se o banco central deveria expandir seu mandato além do atual controle da inflação para estimular o crescimento.

Por sua vez, a governadora do Banxico, Victoria Rodríguez, que descerrou a placa comemorativa do centenário junto com Claudia Sheinbaum, lembrou que em 2021 o banco enfrentou um dos ambientes mais desafiadores das últimas décadas, "caracterizado por pressões inflacionárias sem precedentes decorrentes das consequências da pandemia da COVID-19, conflitos armados em diversas frentes e disputas comerciais".
Ele especificou que entre março de 2023 e março de 2024, "foi mantido um nível máximo de taxa de juros de 11,25%".
"Essa restrição conteve pressões, manteve a ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo e, posteriormente, contribuiu para o avanço do processo desinflacionário da economia mexicana", enfatizou.
No âmbito do centenário do #BancodeMéxico , foi apresentada a moeda comemorativa e descerrada a placa em homenagem aos 100 anos de serviço e compromisso com o México. #100AniversárioBanxico #SeuBancoCentral pic.twitter.com/kGRV1XZBJN
— Banco do México (@Banxico) 25 de agosto de 2025
Victoria Rodríguez explicou que, diante dessa nova circunstância, um ciclo de reduções na taxa de referência começou no início de 2024 e durante o primeiro semestre de 2025 "para levá-la a um nível consistente com as condições e desafios atuais".
O Banxico já havia anunciado que em suas próximas reuniões consideraria cortes nas taxas de juros, levando em conta os efeitos de todos os determinantes da inflação.
Em 7 de agosto, o Banxico reduziu a taxa de juros para 7,75%, seu nono corte consecutivo e o primeiro de 25 pontos-base, após quatro cortes de 50 pontos.
Apesar da imposição de tarifas pelos Estados Unidos, o México, cuja economia cresceu 1,5% em 2024 e registrou crescimento de 0,7% no segundo trimestre de 2025, conseguiu evitar a recessão prevista pelos analistas.
O banco central anunciará sua próxima política monetária em 25 de setembro.
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