Israel lança ataque ao Irã e declara estado de emergência

Teerã. Israel lançou ataques "preventivos" contra instalações nucleares e militares em todo o Irã na manhã de sexta-feira, incluindo a capital, Teerã, onde a mídia estatal noticiou a morte de "várias pessoas".
Entre os mortos está o poderoso chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hosein Salam.
O ataque ocorre em um momento de impasse nas negociações entre os Estados Unidos e a República Islâmica sobre o programa nuclear do Irã, que começou em abril.
As defesas aéreas do Irã "estão com 100% de capacidade operacional", informou a televisão estatal após os ataques.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que os ataques ao Irã continuarão “por quantos dias forem necessários”.
Ele afirmou que os bombardeios atingiram "o coração do programa de enriquecimento nuclear do Irã" e do programa de mísseis balísticos da República Islâmica.
Ele citou a instalação nuclear iraniana em Natanz como tendo sido atacada, com a televisão estatal iraniana relatando que explosões foram ouvidas.
O Irã suspendeu os voos do aeroporto internacional da capital após os atentados.
Israel também fechou seu espaço aéreo, de acordo com o Ministério dos Transportes.
Por sua vez, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, anunciou a declaração de estado de emergência em antecipação a uma resposta iraniana.
"Após o ataque preventivo do Estado de Israel contra o Irã, um ataque com mísseis e drones contra o Estado de Israel e sua população civil é esperado em um futuro imediato", disse Katz.
Os preços do petróleo subiram até 11% após os atentados, que ocorreram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou sobre um possível ataque iraniano e começou a retirar pessoal americano do Oriente Médio.
“Quantos dias forem necessários”
“Esta operação continuará por quantos dias forem necessários para remover esta ameaça”, disse Netanyahu em uma mensagem de vídeo sobre a operação, que foi apelidada de “Leão em Ascensão”.
"Atacamos o cerne do programa de enriquecimento nuclear do Irã. Atacamos a principal instalação de enriquecimento nuclear do Irã em Natanz. (...) Também atacamos o cerne do programa de mísseis balísticos do Irã", declarou Netanyahu.
Enquanto isso, um oficial de segurança israelense indicou, sob condição de anonimato, que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Mohamed Bagheri, havia sido "eliminado" nos ataques.
A televisão estatal informou que prédios residenciais em Teerã foram atingidos pelo bombardeio e que "várias pessoas" morreram.
"Várias pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram martirizadas (termo para assassinato, nota do editor) em um complexo residencial em Teerã", informou a IRNA.
O presidente dos EUA, Donald Trump, convocou sua reunião do Conselho de Segurança Nacional para sexta-feira após a ação israelense, e seu secretário de Estado, Marco Rubio, alertou o Irã para se abster de atacar bases americanas no Oriente Médio.
Disputa nuclear
Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira a redução de sua equipe diplomática no Iraque diante da ameaça de um ataque iraniano.
Países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e Israel, acusaram o Irã de buscar uma arma nuclear, o que Teerã nega.
No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acusou na quarta-feira o Irã de violar suas obrigações nucleares, o que pode levar à imposição de sanções contra a República Islâmica.
O chefe nuclear do Irã, Mohamed Eslami, rejeitou a resolução, chamando-a de extremista e atribuindo-a à influência israelense. Em resposta, o Irã afirmou que inauguraria um novo centro de enriquecimento de urânio em um local seguro.
Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, acima do limite de 3,67% estabelecido em um acordo de 2015 entre Teerã e países ocidentais. No entanto, esse nível está longe do enriquecimento de 90% necessário para uma ogiva nuclear.
Eleconomista