Famílias mexicanas recebem menos dólares: remessas caem 4,7% em julho

As remessas para o México, uma das principais fontes de moeda estrangeira, sofreram uma desaceleração em julho de 2025, com entradas atingindo US$ 4,931 bilhões, representando uma queda anual de 4,7%. Este valor é o menor para um sétimo mês desde 2022 e o segundo menor deste ano, atrás apenas de abril.
O Banxico destacou que a redução se deveu a uma queda de 8% no número de remessas, embora o valor médio de cada remessa tenha crescido 3,6%, chegando a US$ 416 por remessa.
Nos primeiros sete meses de 2025, as remessas totalizaram US$ 34,889 bilhões, uma queda anual de 5,5%. A grande maioria das entradas, 99,1%, foi feita por meio de transferências eletrônicas, enquanto dinheiro e ordens de pagamento representaram apenas 0,7% e 0,2%, respectivamente.
O economista Gerómino Ugarte Bedwell explicou que o declínio nas remessas está diretamente ligado à economia dos EUA, especialmente em setores como construção e manufatura, onde grande parte da comunidade migrante está empregada.
Além disso, muitos emissores estão usando canais informais devido à incerteza imigratória, batidas trabalhistas e rumores fiscais, o que afeta a contabilidade oficial do Banxico.
"Há dinheiro sendo enviado, mas não é possível contabilizar", disse Ugarte Bedwell, referindo-se à estratégia de "esperar para ver" adotada pelos migrantes em resposta à situação nos EUA.
Embora 203.000 empregos para pessoas de origem mexicana tenham sido criados nos EUA em 2025, o número representa um crescimento 43% menor do que o registrado em 2024, o menor aumento desde 2020. Isso reforça a relação direta entre a desaceleração do emprego e o declínio das remessas.
Em contraste, as remessas enviadas por residentes mexicanos no exterior atingiram US$ 100 milhões em julho de 2025, originadas de 247.000 transações, com uma transferência média de US$ 404, refletindo uma queda anual de 9%.
La Verdad Yucatán