Enquanto a emissão de novos empréstimos continua a recuperar, o saldo da carteira inadimplente diminui: o que revela o relatório da Superfinanciera

Os números do balanço do setor financeiro colombiano em julho continuam mostrando sinais positivos, já que não apenas as instituições de crédito estão desembolsando mais recursos por meio de empréstimos e os tomadores inadimplentes continuam a pagar suas obrigações vencidas, mas cada vez menos entidades do setor estão relatando balanços negativos.
É o que mostra o relatório mais recente da Superintendência Financeira — de 31 de julho — que alerta que: "Após 2 anos e 2 meses com variações reais anuais negativas, a carteira registrou pelo terceiro mês consecutivo uma variação real anual positiva em julho de 0,8% no saldo bruto", que atingiu 733,2 trilhões de pesos, cifra que representa 41,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em termos absolutos, esse aumento representa mais de 40 trilhões de pesos em novos empréstimos, embora nem todos os tipos de carteira de empréstimos tenham crescido nesse período. Os maiores aumentos foram em habitação e microcrédito, com crescimento real anual de 5,6% e 5,3%, respectivamente, enquanto os empréstimos corporativos ou comerciais cresceram 0,8%, completando oito meses consecutivos de crescimento real anual positivo, após 18 meses de crescimento negativo.
Em contrapartida, a carteira do consumidor manteve um desempenho negativo de 2,5% em termos reais ao ano, segundo o relatório oficial, que destaca que esse desempenho ocorreu apesar de, em julho deste ano, as instituições terem desembolsado 22,7 trilhões de pesos.
Ele também destaca o forte apetite por empréstimos de baixo valor, que crescerão a uma taxa anual de 229,4% até o sétimo mês de 2025, em comparação com outros empréstimos ao consumidor, como empréstimos abertos, que acumularam um crescimento real negativo de 5,9%, empréstimos rotativos, que caíram 15,5%, e outras carteiras de consumo, que caíram 9,2%.
A inadimplência diminui O relatório da Superintendência de Finanças também revela como os devedores continuam a se esforçar para quitar suas obrigações vencidas. No último ano, eles quitaram quase 4,2 trilhões de pesos em empréstimos nessa situação, permitindo que o saldo total desses empréstimos com mais de 30 dias de atraso aumentasse de 35,5 trilhões de pesos para 31,3 trilhões de pesos entre julho de 2024 e o mesmo mês de 2025 — uma redução anual real de quase 16%.
A carteira de crédito ao consumidor inadimplente é a que mais se recuperou, com seu saldo caindo 29,6% em termos reais ao ano durante esse período. O microcrédito veio em seguida, com queda de quase 19%, e os empréstimos corporativos recuaram 5,1%. Em contrapartida, o saldo devedor de crédito imobiliário cresceu 1,7% em termos reais ao ano.
A entidade de supervisão e controle destaca em seu relatório mensal que, até julho passado, 95,7% da carteira (701,9 trilhões de pesos) estava em dia, o que coloca o indicador de qualidade da carteira para inadimplência em 4,3%, ou 0,8 ponto percentual abaixo do recorde de julho de 2024.
Por modalidade, o microcrédito apresentou o maior indicador de qualidade, 7,8%, seguido pelo crédito ao consumidor, com 5,7%, crédito comercial, com 3,6%, e crédito imobiliário, com 3,4%, segundo a Superfinanciera.
Os lucros crescem Outro aspecto relevante do relatório da Superfinanciera diz respeito aos resultados obtidos por seus supervisores nos primeiros sete meses de 2025, que mostram não apenas como os lucros vêm crescendo, mas também como diversas entidades apagaram os números vermelhos de seus balanços, enquanto outras conseguiram reduzir seus prejuízos.
De fato, hoje, o número de instituições monitoradas pela Superintendência da Fazenda com prejuízos em seus balanços é de 17, ante as 29 que fecharam no vermelho no sétimo mês de 2024. Dessas, 12 eram bancos e, segundo o relatório do órgão de supervisão, no final de julho passado apenas seis registravam prejuízos, embora a grande maioria tivesse conseguido reduzi-los.
Os lucros do sistema financeiro colombiano totalizaram 81,8 trilhões de pesos no final de julho, quase 41% a mais que os 58,1 trilhões de pesos obtidos no mesmo mês em 2004.
Do total obtido neste ano, os bancos contribuíram com quase 7,3 trilhões de pesos, 9,2% a mais que o resultado obtido no ano passado (julho), aproximadamente 4,6 trilhões.
De acordo com a Superfinanciera, as instituições de crédito (EC) relataram juntas lucros de cerca de 8,4 trilhões de pesos nos primeiros sete meses de 2025, seguidas pelas seguradoras que relataram 3 trilhões, Instituições Oficiais Especiais (IOE) 2,4 trilhões, Administradoras de Fundos de Pensão (AFP) 838,4 bilhões, fiduciários 508,3 bilhões, provedores de infraestrutura 316,4 bilhões, intermediários de valores mobiliários 202,9 bilhões e Empresas Especializadas em Depósitos e Pagamentos Eletrônicos 6,8 bilhões.
A entidade destaca que os maiores lucros obtidos por todo o sistema financeiro colombiano correspondem aos resultados alcançados na gestão de recursos públicos pelas AFPs, fiduciárias, corretoras de valores e seguradoras, entre outras, que no total obtiveram retornos de aproximadamente 65,8 bilhões de pesos, 39,1% a mais que há um ano.
Desses recursos, aproximadamente 42 bilhões de pesos correspondem aos rendimentos obtidos pelas AFPs, que vão para as contas individuais dos membros das entidades, tanto em pensões quanto em verbas rescisórias. Outros 17,9 bilhões de pesos são resultado de recursos de terceiros administrados pelos curadores.
eltiempo