"Reforma tributária pode reduzir preços em até 40%": governo nacional cogita mudança estrutural.


O que aconteceria se a Argentina parasse de tributar o consumo em todas as etapas da cadeia? A questão perpassa cargos oficiais, folhas de pagamento privadas e discussões técnicas. E a resposta não deixa dúvidas: a reforma tributária poderia transformar preços, impulsionar a atividade e aliviar o peso dos bolsos sem desfinanciar o estado. OGoverno sabe disso e está atento.
Hoje, mais da metade do preço do que os argentinos consomem são impostos. Seja comida, roupas, calçados, carros ou eletrodomésticos, a pressão tributária distorce o sistema de preços e corrói o poder de compra. Não se trata apenas de IVA: também inclui imposto de renda bruto, impostos municipais, retenções ocultas e impostos em cascata. O resultado: um sistema opaco e regressivo que serve à informalidade. É o que indica a análise de Damián Di Pace , diretor da Focus Market.
#Impostos Como seria a economia? com impostos vs. reduzindo impostos? nova estrutura tributária mais leve que elimina impostos como imposto de renda bruto e imposto de débito e crédito, e reduz o IVA e os lucros. É caro em dólares em impostos!!!
De acordo com uma simulação baseada em estruturas comparativas, uma garrafa de leite que custa US$ 2.650 pode cair para US$ 2.232 se os impostos cumulativos forem eliminados e o IVA for reduzido pela metade. O pão passaria de US$ 1.700 para US$ 1.470; macarrão, de US$ 1.571 a US$ 1.323; por quilo de peceto, de US$ 12.999 para US$ 10.761. A diferença não é técnica: é diária, visível, concreta.
O governo está avaliando vários modelos para simplificar o sistema atual sem comprometer a receita. Isso inclui a eliminação do imposto de renda bruto, impostos de débito e crédito e a transição para uma taxa de IVA reduzida para produtos essenciais. Com uma estrutura mais simplificada, os preços cairiam sem necessidade de controles ou congelamentos.
Redes de supermercados alertam que municípios e estados estão aumentando impostos acima da inflação, com alíquotas que não têm contrapartida e acabam sendo repassadas às famílias. Segurança e Higiene, por exemplo, viraram uma caixa paralela. Os alertas já chegaram ao Ministério do Comércio.
Empréstimos pessoais também pagam o custo deste esquema. Em alguns casos, até 50% do valor solicitado é recolhido pelo tesouro. É uma armadilha para o assalariado e uma barreira ao consumo. As câmaras que representam os bancos já alertaram que é urgente uma reformulação para unificar critérios e restaurar a lógica de incentivos.
O índice Big Mac, compilado pela The Economist , mostra isso ironicamente. Na Argentina, um combo médio custa US$ 10.900. 47% desse preço são impostos. Apenas a Suíça aparece mais acima no ranking mundial. Se a reforma em estudo fosse implementada, o preço cairia para US$ 7.192. Não é apenas simbólico: o índice resume como o consumo de massa é tributado.
Uma peça de roupa nacional que hoje custa US$ 30.000 pode ser vendida por pouco mais de US$ 19.000. Um par de tênis nacionais cairia de US$ 115.000 para US$ 96.983. E no caso de calçados importados — incluindo tarifas, impostos e IVA — a queda seria ainda maior: de US$ 200.000 para pouco mais de US$ 162.000.
Qual é o nível de pobreza de cada presidente em uma democracia? Que ninguém se faça de bobo... Alfonsín 1989 39,8% Menem 1999 26,7% De La Rúa 2001 35,4% Duhalde 2003 51,7% N Kirchner 2006 26,9% CFK 2015 30,1% Macri 2019 35,4%
Fonte: CEPED-UBA- OJF – INDEC
- Damián Di Pace (@ DiPace4) 30 de setembro de 2019
No setor automotivo, o corte seria histórico. Um carro de médio porte que custa US$ 31 milhões pode ser reduzido para US$ 18,9 milhões, uma queda de 39%. A eliminação dos impostos internos já foi um primeiro passo. Mas o fardo estrutural continua vinculado a impostos nacionais, provinciais e locais que são somados.
O governo não propõe eliminar impostos, mas sim revisar seu peso, como eles se acumulam e quais incentivos eles geram. Não se trata de criar menos, mas de criar melhor. E, acima de tudo, parar de punir quem produz e quem consome.
Em termos políticos, a discussão já está em pauta. O partido no poder está comprometido em consolidar seu apoio legislativo para avançar com uma reforma estrutural que tenha um impacto econômico real, não apenas técnico. Na prática, isso significaria recuperar a competitividade, melhorar a renda real e impulsionar setores-chave.
O consumo interno está ligado a esse nó. Se isso não for desfeito, todo o resto — taxas, acordos, metas — se tornará esforço desperdiçado. O governo está preparando seus próximos passos, sabendo que uma economia saudável não pode ser construída com preços inflacionados por impostos invisíveis.
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