O Ministério Público de Jalisco não sabe quem é o ex-companheiro de Valeria Márquez.

GUADALAJARA, Jal. (apro).- O círculo íntimo da influenciadora Valeria Márquez, que foi assassinada durante uma transmissão ao vivo, está sendo investigado. Isso inclui amigos, familiares e pessoas que moravam com a jovem, incluindo seus colegas de trabalho no salão de beleza onde o crime ocorreu, disse o chefe do Gabinete do Procurador-Geral do Estado de Jalisco, Salvador González de los Santos.
"É claro que uma investigação está em andamento, ou melhor, todos os envolvidos com essa garota estão sendo entrevistados, sejam amigos, parentes, conhecidos ou namorados; tentar identificar linhas de investigação faz parte de qualquer investigação. É claro que, neste caso, amigos e parentes, que são os mais próximos da vítima, estão incluídos para determinar algumas linhas de investigação", observou ele.
A autoridade estadual reconheceu que a amiga de Valeria, Vivian, uma das últimas pessoas a contatá-la, ainda não prestou depoimento. Ele descartou a possibilidade de que ela esteja inacessível no momento: "Sim, ela está disponível; ela não foi embora, mas a entrevista dela certamente é importante para ver o que ela pode nos dizer."
Durante uma entrevista coletiva realizada no Palácio do Governo, González de los Santos reconheceu que ainda não se sabe quem é o ex-companheiro de Valeria, a quem ela culpa pelo que possa acontecer com ela. Ele também reconheceu que atualmente não há evidências claras que liguem a ex-companheira de Márquez ao crime, apesar das menções de possíveis ameaças e riscos contra ela nas redes sociais. A autoridade insistiu que ainda não há acusações formais contra ninguém.
Ainda não identificamos nem localizamos o ex-parceiro mencionado na mídia. Estamos investigando não apenas o ex-parceiro, mas também toda a sua comitiva. A possibilidade de o ex-parceiro ser o mentor do crime certamente foi levantada nas redes sociais. No entanto, essas são parte das nossas linhas de investigação em andamento, pois, presumindo sem admitir que possa ter sido ele, o crime deve ser creditado, não apenas presumido.

Salvador González informou que continuam revisando todas as circunstâncias possíveis que envolvem a vítima para determinar os motivos e os responsáveis pelo assassinato, tanto materiais quanto intelectuais.
Ele disse que nenhum suspeito específico foi identificado ou preso por esse feminicídio. O promotor reiterou que a investigação abrange todo o entorno da vítima e que as hipóteses permanecem em aberto, sem nenhuma linha ainda descartada.
Câmeras C5 não flagraram o crimePor sua vez, Juan Carlos Contreras Vargas, diretor do C5 em Jalisco, revelou que as câmeras do sistema não captaram os fatos e, embora algumas gravações em espaços públicos estejam sendo revisadas, câmeras em locais próximos e privados ainda não foram autorizadas para análise. Isso complica a identificação da(s) pessoa(s) responsável(is) na cena do crime.
Não tivemos acesso às gravações em nenhum dos casos (da influenciadora e do ex-deputado do PRI), pois ocorreram dentro de estabelecimentos comerciais na área urbana, onde não temos acesso às câmeras internas. As câmeras C5 estão instaladas nesta área da cidade ou não? Neste local específico, as câmeras mais próximas estão a poucos metros de distância, mas não oferecem visão da praça nem do estabelecimento comercial", respondeu.
Salvador González aproveitou a oportunidade para anunciar que o governo local vai licitar e adjudicar mais de 500 pontos de monitoramento em diferentes municípios. Ele acrescentou que a tecnologia do sistema C5 será atualizada para melhorar os relatórios e a vigilância em áreas estratégicas.
Analisar câmeras de vigilância é crucial para obter as evidências necessárias para determinar se o ato foi impulsivo ou planejado por um mentor.
"Que Deus nos proteja", diz a tia de Valéria.Enquanto isso, a família de Valeria Márquez insiste que a investigação seja intensificada e que sejam colhidos depoimentos daqueles que estiveram com ela em seus momentos finais para esclarecer as circunstâncias do crime.
“Rezei muito por ela, uma perda tão grande, mas que Deus nos proteja, porque nada acontecerá com ela agora, mas conosco. Rezei na missa, ofereci minha Eucaristia por aquelas pessoas que não têm esse coração de carne, mas sim um coração de pedra, e que a Santíssima Virgem penetre seus corações com sua graça e lhes dê arrependimento para que parem e nunca mais tenham essa frieza de matar. Quer dizer, você defende um cachorro mais do que uma pessoa. Você não mata um cachorro porque vai para a cadeia; você mata uma pessoa e ela fica impune, quer dizer, não é justo. Mas, no fim das contas, é o mundo, certo? E você tem que rezar; com o poder de Deus, tudo é possível”, disse María, tia de Valéria.
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