Suprema Corte aprova limite para comissões da Afore a fim de proteger as economias dos trabalhadores

A Suprema Corte de Justiça da Nação tomou uma decisão histórica ao confirmar por unanimidade a reforma de 2020 que limita as taxas que as administradoras de fundos de pensão (Afores) podem cobrar dos trabalhadores pela gestão de suas contas individuais. Essa medida, defendida pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, visa garantir que as economias dos mexicanos cresçam com segurança e que suas futuras aposentadorias lhes permitam viver com dignidade na velhice.
A reforma estabelece que o limite máximo das comissões seja calculado com base na média dos sistemas de contribuição definida dos Estados Unidos, Colômbia e Chile. Essa comparação internacional garante que as administradoras de fundos de pensão (Afores) operem de forma justa e que os trabalhadores não sofram perdas financeiras devido a comissões excessivas. O Tribunal rejeitou os argumentos da Invercap, empresa que contestou a regulamentação alegando violações de direitos econômicos e de concorrência, reconhecendo que a regulação estatal é legítima e necessária para proteger o interesse público.
“Este sistema de poupança é regulado pela ordem pública e seu principal objetivo é a proteção dos trabalhadores. Não pode ser tratado como um mercado livre”, afirmou a ministra Yasmín Esquivel Mossa, enfatizando que a intervenção do Estado garante que as comissões não afetem os recursos acumulados pelos trabalhadores.
Para a Ministra Loretta Ortiz Ahlf, esta medida vai além da regulação financeira, pois impacta diretamente a qualidade de vida dos aposentados. “A redução do teto das comissões visa garantir que os trabalhadores tenham uma aposentadoria digna, assegurando seu direito à segurança social e ao bem-estar durante a aposentadoria”, explicou.
Especialistas apontam que essa decisão representa um avanço na proteção das economias de milhões de mexicanos, visto que, historicamente, as altas comissões cobradas pelas Afores (administradoras de fundos de pensão) reduziram significativamente o capital acumulado, impactando diretamente os valores das aposentadorias. Com o limite aprovado, espera-se que os trabalhadores consigam reter uma porcentagem maior de suas contribuições e receber benefícios mais justos na aposentadoria.
Desde a sua implementação, a Lei dos Sistemas de Poupança para a Reforma sofreu diversas alterações com o objetivo de equilibrar a rentabilidade das Afores (Administradoras de Fundos de Pensões) com a proteção dos trabalhadores. A reforma de 2020 surgiu em resposta às reivindicações de trabalhadores e especialistas, que exigiam maior regulamentação face às elevadas comissões que reduziam significativamente as suas poupanças.
A decisão do Supremo Tribunal confirma que o Estado tem autoridade para intervir no sistema de poupança a fim de garantir a proteção dos recursos dos trabalhadores, mesmo contra interesses empresariais. Esta decisão estabelece também um precedente relativamente ao papel do direito público na economia, reforçando a prioridade do bem-estar social sobre a livre concorrência em setores estratégicos.
Com a redução das taxas, estima-se que os trabalhadores poderão poupar de forma mais eficiente e aumentar as suas pensões, gerando um efeito positivo nas finanças das famílias e no sistema de segurança social do país. Além disso, esta regulamentação poderá incentivar uma concorrência mais saudável entre as administradoras de fundos de pensões (Afores), centrada na qualidade dos serviços e na transparência do desempenho.
Trabalhadores, analistas financeiros e organizações sindicais comemoraram a decisão, considerando que ela fortalece a justiça social e a equidade no sistema previdenciário mexicano.
O apoio da Suprema Corte também envia uma mensagem clara: proteger as economias dos trabalhadores é um interesse público que prevalece sobre quaisquer argumentos baseados no livre mercado ou no lucro corporativo. Isso contribui para a construção de um sistema previdenciário mais forte, confiável e justo para os milhões de mexicanos que dependem dele para sua aposentadoria.
La Verdad Yucatán




