Empatia não é uma tendência – é uma tarefa de liderança: como Lunia Hara está moldando o futuro do trabalho com verdadeira humanidade


O mundo do trabalho se torna mais humano, ou então perde.
Lunia Hara Especialista em Liderança Empática, Palestrante, Autora linkedin.com/luniahara
Sou Lunia Hara, especialista em liderança empática e autora. Nasci na Zâmbia e moro em Berlim desde os dez anos. Também fui gerente na Diconium, subsidiária da Volkswagen. Estamos vivenciando enormes avanços no mundo do trabalho: avanços tecnológicos estão mudando a forma como pensamos, nos comunicamos e convivemos. Mas, quando se trata de liderança, estamos progredindo pouco. As habilidades tradicionais de liderança são realmente suficientes para acompanhar esse ritmo? Há muito pouca discussão sobre o impacto da liderança na sociedade e no meio ambiente. Em um mundo tão acelerado, precisamos de líderes que não se concentrem apenas em números, mas também em pessoas. A empatia não é uma tendência, mas uma atitude que pode fornecer orientação, confiança e significado – e é exatamente disso que precisamos agora.
Liderança significa responsabilidade – e isso começa com as pessoas. A empatia nos ajuda a tomar decisões que não são apenas certas, mas também sustentáveis. A prática mostra que equipes com líderes empáticos são mais comprometidas, leais e criativas. Pessoas que se sentem vistas contribuem. E isso faz toda a diferença – para a cultura e para o sucesso da empresa. Liderar com compaixão melhora a comunicação e aumenta a satisfação. Pense, por exemplo, na situação desagradável em que você pede um salário maior, mas seu pedido é rejeitado. Isso é difícil para ambos os lados.
Em vez de simplesmente dizer "não" e adiá-los, eles dizem: "Vou te mostrar o que você pode fazer para atingir sua meta salarial". A rejeição nunca é agradável. Mas mais frustrante do que um "não" é não conseguir explicar como as coisas podem prosseguir. Esse tipo de apoio honesto gera confiança, lealdade e motivação genuína. E é exatamente disso que se trata a liderança empática: perguntar continuamente como posso ajudar meus funcionários a atingirem suas metas.
A imagem perfeita não é mais decisiva. Autenticidade e valores genuínos são os argumentos mais fortes hoje. Jovens talentos se preocupam em saber se uma empresa se posiciona em questões socialmente relevantes e assume responsabilidades. Isso não pode se refletir em uma campanha chamativa. Começa com uma comunicação aberta e deve ser apoiada por ações. Aqueles que dizem honestamente: "Não estamos onde queremos estar, mas estamos trabalhando nisso. Junte-se a nós e ajude a moldá-lo", constroem confiança. E, claro, aqueles que se comunicam dessa maneira também devem entregar resultados. As mídias sociais contribuíram para uma maior abertura: cada vez mais executivos e influenciadores de negócios estão se tornando porta-vozes dos valores de suas empresas. Aqueles que assumem uma posição visível conquistam confiança — aqueles que permanecem em silêncio correm o risco de serem percebidos como arbitrários. A abertura e a proximidade que vivenciamos todos os dias nas mídias sociais devem se refletir na comunicação corporativa; caso contrário, todo o resto parece opaco e vazio. É justamente essa autenticidade que cria credibilidade e fidelidade a longo prazo — não apenas entre os funcionários, mas também entre os clientes.
Novas funções são criadas, estruturas e processos são ajustados – e então as pessoas se perguntam por que muda tão pouco. O que deveria mudar se as mesmas pessoas são empurradas da esquerda para a direita sem uma mudança de mentalidade? Uma nova estrutura organizacional não muda uma mentalidade. A cada mudança, a mentalidade a ser fomentada deve ser considerada. Essa mentalidade deve ser vivenciada e tornada visível nas operações cotidianas, não apenas em workshops.
Outro erro comum é promover especialistas em determinadas áreas para cargos de gestão sem que eles tenham interesse genuíno ou talento para liderança. Em muitas empresas, a responsabilidade pessoal e a liderança disciplinar ainda são as únicas coisas que levam ao próximo nível de carreira. Precisamos nos distanciar disso. Planos de carreira para especialistas em liderança também são necessários – para que, no futuro, apenas aqueles que realmente desejam liderar escolham a liderança. Um pouco mais de autorreflexão não faria mal. Se você quer uma mudança real, é melhor começar por si mesmo. A gestão frequentemente exige flexibilidade e disposição para aprender com os funcionários, mas raramente demonstra isso por si mesma.
O mundo do trabalho está se tornando mais humano — ou está perdendo essa característica. Questões como saúde mental, diversidade e senso de propósito estão cada vez mais em evidência. Alguns funcionários estão dispostos a aceitar salários menores para se dedicar a outras atividades mais gratificantes em seu tempo livre. Ao mesmo tempo, o desejo por participação genuína está crescendo: os funcionários não querem apenas contribuir, eles querem ajudar a moldar as coisas. Empresas que reconhecem isso criam sustentabilidade. Empresas que apenas otimizam estruturas, mas não a colaboração, estagnarão.
DICA DE LIVRO “LIDERANÇA EMPÁTICA” Como revolucionamos o mundo do trabalho com compaixão
Sucesso sustentável com funcionários felizes
Lunia Hara tem anos de experiência liderando equipes diversificadas. Em seu livro, ela oferece dicas concretas sobre como gestores podem priorizar seus funcionários, capacitá-los a reconhecer seus talentos e objetivos e, assim, desenvolver todo o seu potencial. Liderar com mais sucesso e satisfação – dar mais significado ao trabalho diário: em um mundo globalmente conectado, novas soluções são necessárias para manter o sucesso. A liderança empática é uma dica essencial em tempos de escassez de mão de obra qualificada e demissões silenciosas. Com prefácio de Verena Pausder.
erfolgundbusiness