Guerra cultural | Piada falsa sobre o assassinato de Charlie Kirk
Em tempos de novas guerras culturais por hegemonia política, a sátira é um campo minado. Ondas de entusiasmo por piadas certas ou erradas percorrem as redes sociais quase diariamente. Piadas individuais fervilham em tempestades de entusiasmo ou rejeição.
No caso em questão, Gretchen Felker-Martin, a principal roteirista da nova série de quadrinhos da DC "Red Hood", foi pega em flagrante. Em resposta ao assassinato do extremista de direita americano Charlie Kirk, ela postou uma mensagem em um serviço de mensagens curtas que lhe custou o emprego. Ela declarou que seus pensamentos e orações estavam com a "vadia nazista" e acrescentou: "Espero que a bala esteja bem depois de ter tocado Charlie Kirk."
A DC Comics respondeu imediatamente às declarações públicas do autor e cancelou a série "Red Hood". Comentários "que possam ser considerados como promoção de hostilidade ou violência violam os Padrões de Conduta da DC". As lojas que já fornecem o livro receberão reembolso integral, não apenas pelo estoque restante, mas também pelas cópias já vendidas. O livro estava programado para ser publicado mensalmente, mas a primeira edição foi entregue apenas na quarta-feira, dia em que Charlie Kirk foi morto por um assassino ainda desconhecido.
"Red Hood", desenhado por Jeff Spokes e escrito por Felker-Martin, é um spin-off do universo Batman que foi bem recebido pela crítica por revitalizar o mundo um tanto empoeirado do venerável Batman. O anúncio, inclusive, tinha o slogan: "Fora de Gotham City. Não fora de Balas".
Em julho passado, o satirista alemão El Hotzo foi absolvido da acusação de conivência com o atentado contra Donald Trump em julho de 2024, durante um evento de campanha. Na época, El Hotzo perguntou em um serviço de mensagens curtas o que "o último ônibus" e Trump tinham em comum. A resposta: "Infelizmente, perdi por pouco." O jovem de 29 anos comentou ainda que acha "absolutamente fantástico" "quando fascistas morrem". Seu cliente na época, a Rundfunk Berlin-Brandenburg, encerrou imediatamente a colaboração.
A autora Gretchen Felker-Martin já atraiu a atenção com declarações agressivas. Por exemplo, ela afirmou que "o sionismo é uma forma completa de nacional-socialismo" e assassinou sumariamente a autora de renome mundial J.K. Rowling em seu romance de ficção científica de grande sucesso "Manhunt" (2022). Embora ambas as ações tenham causado indignação considerável, não a levaram à demissão da comissão por "Capuz Vermelho". Foi sua piada falsa que causou isso.
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