Putin diz que forças ocidentais enviadas à Ucrânia seriam "alvos legítimos"

“Portanto, se algumas tropas aparecerem lá, especialmente agora, durante operações militares, presumimos que serão alvos legítimos para destruição”, disse Putin em um fórum econômico em Vladivostok, de acordo com a Reuters.

“E se forem tomadas decisões que levem à paz, a uma paz duradoura, então eu simplesmente não vejo sentido na presença deles no território da Ucrânia, ponto final”, acrescentou.

O alerta do líder do Kremlin veio um dia depois de o presidente francês Emmanuel Macron revelar que 26 países estão prontos para enviar seus militares ou contribuir de outras maneiras como parte de um plano de garantias de segurança para a Ucrânia do pós-guerra.

Itália, Polônia e Alemanha estão entre os "fiadores da segurança" da Ucrânia, declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na quinta-feira, ao lado de Macron.

A Rússia tem repetidamente rejeitado a ideia de ter uma potencial força de paz liderada pelo Ocidente na Ucrânia. Putin rejeitou a ideia de tropas estacionadas na Ucrânia após os dois lados chegarem a um possível acordo de paz, alegando que Moscou cumpriria o tratado para encerrar a invasão, que está em andamento desde fevereiro de 2022.

A Ucrânia busca apoio entre aliados ocidentais para se proteger de outra potencial invasão da Rússia. Reino Unido, França e Estônia sinalizaram disposição para enviar tropas.

O presidente Donald Trump, que pressionou pelo fim do conflito de três anos e meio no Leste Europeu, descartou a presença de tropas americanas na Ucrânia, mas sinalizou abertura para fornecer alguma forma de apoio aéreo a Kiev.

Trump e Zelensky conversaram sobre "proteção máxima" para os céus da Ucrânia durante uma ligação na quinta-feira, de acordo com o líder ucraniano.

"Também falamos sobre a proteção máxima dos céus da Ucrânia. Até que a paz chegue, os ucranianos não devem ficar à mercê dos constantes ataques russos", escreveu o líder ucraniano nas redes sociais.

Trump pressionou para marcar um encontro entre Putin e Zelensky, principalmente depois de se reunir pessoalmente com os dois líderes no mês passado.

O líder russo questionou novamente o propósito de tal reunião na sexta-feira, alegando que "será praticamente impossível chegar a um acordo com o lado ucraniano sobre questões-chave".

No início desta semana, Putin se ofereceu para se encontrar com Zelensky em Moscou. Ele acrescentou na sexta-feira que o Kremlin está preparado para uma cúpula com o presidente ucraniano na capital russa, argumentando que ele discutiria "condições de trabalho e segurança" durante a reunião.

"Mas se nos disserem: 'Queremos nos encontrar com vocês, mas vocês precisam ir para outro lugar para essa reunião', parece-me que são simplesmente exigências excessivas para nós", disse Putin.

Enquanto isso, a Rússia continua com seus ataques aéreos contra a Ucrânia, lançando dezenas de drones e sete mísseis durante a noite, de acordo com a força aérea ucraniana.