5 dicas para garantir a segurança das crianças no atendimento médico

Cerca de 10% dos pacientes que chegam ao sistema de saúde sofrem algum prejuízo por problemas como erros de diagnóstico, de medicação, cirúrgicos ou infecções, causando cerca de três milhões de mortes a cada ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que metade desses casos poderia ser prevenido.
Para chamar a atenção para esse problema e minimizar os danos evitáveis, a OMS instituiu o Dia Mundial da Segurança do Paciente, celebrado no dia 17 de setembro. Neste ano, a campanha está voltada especialmente aos cuidados com crianças, com o tema “Safe care for every newborn and every child” (Cuidado seguro para cada recém-nascido e cada criança). Segundo a organização, o objetivo é fortalecer a segurança na pediatria, incluindo atenção no parto e pós-parto, imunização, prevenção de infecções e reconhecimento precoce dos sinais de deterioração clínica.
“Na pediatria, com muita frequência vemos casos graves que poderiam ter sido evitados, mas isso não ocorreu por demora no atendimento ou porque o atendimento anterior não foi adequado”, observa a pediatra Danielle Nemer, referência da pediatria do sistema de urgências e emergências do Einstein Hospital Israelita.
No entanto, a especialista reconhece que o atendimento às crianças tem desafios: “Temos os dois extremos: às vezes pais excessivamente preocupados, que correm para o pronto-socorro sem necessidade, e, por outro lado, a hipervalorização de queixas, com solicitação de exames desnecessários que podem ser prejudiciais ou invasivos, ou prescrição desnecessária de antibióticos, por exemplo.”
Veja o que os especialistas e a OMS recomendam para melhorar o atendimento às crianças:
- Confiar nos seus instintos
Os pais costumam perceber rapidamente quando algo não vai bem com seus filhos, mesmo diante de sinais sutis. Mudanças no comportamento, na forma de brincar, de se alimentar ou até na postura corporal podem indicar que algo está errado. Especialistas reforçam que a intuição dos pais deve ser levada a sério: se a criança não está agindo “como de costume”, esse alerta precisa ser valorizado pelos profissionais de saúde. Em muitos casos, o relato dos pais é o ponto de partida para identificar uma doença em fase inicial, evitando complicações mais graves. “Os pais são quem melhor conhece o filho. Vale ficar alerta ao observar que a criança não está no seu estado normal, e o médico deve valorizar essa percepção”, diz Nemer.
- Saber a hora de ir ao pronto-socorro
Nem toda febre ou dor requer atendimento imediato, mas é fundamental reconhecer os sinais de alerta. Crianças que apresentam febre persistente, prostração, gemência, dificuldade respiratória, desidratação (quando deixam de urinar ou estão com a boca muito seca) ou vômitos contínuos precisam ser avaliadas por um médico sem demora. Esses sintomas podem indicar infecções mais sérias, desidratação grave ou problemas respiratórios que exigem intervenção rápida. Por outro lado, quadros leves podem ser acompanhados em casa, desde que haja orientação médica e acompanhamento atento dos responsáveis.
A boa comunicação entre profissionais de saúde e famílias é essencial para a segurança do paciente. Pais bem informados sabem quais sinais observar, entendem o tratamento indicado e se sentem mais confiantes para agir em emergências. Por isso, médicos e enfermeiros devem oferecer explicações claras, acolher perguntas e garantir que não restem dúvidas. Quando há informação de qualidade, os pais se tornam parceiros ativos no cuidado, ajudando a evitar erros e contribuindo para que a criança receba a assistência mais adequada.
- Procurar uma segunda opinião
Buscar uma segunda avaliação médica não é sinal de desconfiança ou exagero, mas sim uma forma de garantir segurança e tranquilidade. Em situações em que o diagnóstico não parece claro ou quando o tratamento proposto não gera confiança, ouvir outro profissional pode trazer perspectivas diferentes e até revelar alternativas terapêuticas mais adequadas. Essa prática é comum e recomendada por especialistas em saúde infantil, especialmente diante de casos complexos ou persistentes, em que o tempo pode fazer diferença no desfecho clínico.
Mesmo pequenas, as crianças podem fornecer informações importantes sobre seu estado de saúde. Permitir que elas falem sobre como se sentem, onde dói, ou se perceberam algo diferente em seu corpo ajuda na construção de um diagnóstico mais preciso. Além disso, dar voz à criança contribui para que ela se sinta respeitada e acolhida no processo de cuidado, fortalecendo o vínculo de confiança com os profissionais de saúde e com a própria família. Esse espaço de escuta também é essencial para identificar alergias, desconfortos e até questões emocionais que impactam o bem-estar.
Fonte: Agência Einstein
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