| Primeiro, eram apenas uns traços, mas onde já se distinguia claramente quem estava em causa. Depois, a cara totalmente desenhada e o resto em esboço. A seguir, cara, farda, gravata, quepe — e medalhas. Estava feita a caricatura de Gouveia e Melo para a revista de aniversário do Observador que chegou esta semana às bancas, precisamente na altura em que o almirante apresentou formalmente a candidatura à Presidência da República. Na capa final, as medalhas não ficaram visíveis para haver espaço para tudo o resto, nomeadamente o título que é uma pergunta: “Militares outra vez na política?”. A caricatura é do ilustrador Henrique Monteiro, que colabora há anos com as revistas de aniversário do Observador. Começou a fazer cartoons em 1993, no Expresso, e passou pelo Diário de Notícias, pelo i e pelo Sapo, onde está agora. A direção de arte é do Luís Alexandre. |

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Na capa, há três hipóteses de resposta à pergunta do título: “Sim”, “Não” ou “Boa pergunta: tenho de ler mais sobre isso”. Esperamos que tenha escolhido a última opção porque, para “ler mais sobre isto”, temos um ensaio inédito de Jaime Nogueira Pinto sobre o papel dos diferentes Presidentes militares na História de Portugal. Tivemos Presidentes militares em ditadura, em golpes de Estado, em revoluções e em democracia — e Jaime Nogueira Pinto explica-nos o que fez cada um deles. |
Esta revista foi coordenada pelo João Pombeiro, que foi jornalista da revista Grande Reportagem, editor da Notícias Sábado (revista do DN e do JN), colaborador da Sábado, editor executivo e diretor da revista LER. Desde 2016, desenvolve e coordena vários projetos editoriais para diferentes grupos de comunicação social — e, agora, teve de fazer algumas escolhas difíceis. É que uma revista em papel tem uma limitação que o Observador não enfrenta no digital: o espaço. À medida que iam chegando mais páginas de publicidade, foi preciso encurtar textos e, infelizmente, retirar temas que constavam do plano original. De qualquer forma, tem muito para ler. Há uma longa e fascinante conversa de Maria João Avillez com Marcelo Rebelo de Sousa sobre o 25 de Abril. Há um texto sobre o legado do Papa Francisco e outro sobre os vários Cristianos Ronaldos que jogam em Portugal. Há reportagens internacionais com Eduardo Mondlane em Moçambique; com Gino, o mini-Trump, nos EUA; e com Pérola e as duas netas, em Israel, que contam como escaparam ao Hamas nos atentados de 7 de outubro. E há, claro, as opiniões de José Manuel Fernandes, Rui Ramos, Helena Matos, Alberto Gonçalves e vários outros. | | | | Entrevista | | Em entrevista, José Miguel Júdice diz que Pedro Nuno cometeu um erro idêntico ao de Constâncio e pode ter mudado curso da história. Fala ainda da sua desilusão com Marcelo e pede ousadia a Montenegro. | | | | Presidenciais 2026 | | Antigo mago da comunicação de Sócrates preparou tudo ao milímetro para a apresentação de Gouveia e Melo. Notáveis de vários partidos presentes. "Parece o Obama", comentou-se perante o aparato. | | | | Violência Doméstica | | PGR diz que a investigação não pode depender da vítima, mas caso de Vizela foi arquivado logo que a vítima desistiu. Críticas podem precipitar alterações legislativas no combate à violência doméstica. | | | | | Empresas | | Depois de críticas na rede X a Portugal, Matthew Prince ameaça tirar sede europeia do país. Em entrevista ao Observador, em que nega incidentes em Tires, CEO da Cloudflare explica "zanga" com governo. | | | | Cirurgia | | O anestesista Rui Guimarães fazia cirurgias através do SIGIC em Gaia enquanto era presidente do hospital. IGAS abriu processo de inspeção. Entendimento preliminar é que médico não o poderia ter feito. | | | | Hospital de Santa Maria | | O médico ainda é jovem, mas a sua "inteligência" permitiu-lhe "ganhar cada vez mais poder" no hospital de Santa Maria e explorar o sistema de cirurgias extra ao máximo, conta fonte hospitalar. | | | | | Banco de Portugal | | Banco de Portugal está há dois anos a evitar prejuízos porque, na década passada, amealhou "almofada" – algo que foi feito contra a vontade do Ministério das Finanças liderado, então, por Centeno. | | | | Partido Chega | | Chega ultrapassou PS em número de deputados e celebrou com evento próprio. Ventura tentou definir caminho: não quer "destruir" e pede que não tenham "medo" dele, mas não vai "aburguesar-se". | | | | | Assédio Sexual | | João e Rafael têm algo em comum além do gosto pela música: ambos receberam mensagens "inapropriadas" do seu professor de música e maestro. O MP abriu um inquérito e a investigação está a decorrer. | | | | Itália | | Durante anos, Berlusconi liderou a direita italiana. Após os escândalos do magnata, Salvini ainda tentou ocupar o seu lugar. Mas foi Meloni quem vingou, herdou legado do ex-PM e governa agora Itália. | | | | Suécia | | A ascensão da direita radical ditou a morte do "excecionalismo sueco", mas não dos sociais-democratas. Face a uma crise histórica, procuram travar uma queda semelhante à dos seus pares europeus. | | | | | França | | Desde Hollande que os socialistas franceses nunca mais venceram uma eleição. Perdem eleitores para Macron e Mélenchon, mas também para a União Nacional. Perante o futuro, continuam divididos. | | | | Grécia | | Partido de centro-esquerda liderou Grécia durante anos, mas eleitores culparam-no por crise financeira. Perda de apoio aos socialistas foi tão forte que se criou novo termo político: pasokização. | | | | | Casas Reais | | Há 80 anos, a convite de Salazar, a viúva do Rei D. Carlos regressava ao país para “aquecer a alma nas lembranças do passado". Um roteiro entre um nascimento histórico e um óbito inesperado. | | | | Séries | | Tem mais de 30 marionetas e os atores chegaram a gravar debaixo de móveis. É o novo projeto dos criados de “Pôr do Sol” (Manuel Pureza, Henrique Dias e Rui Melo) e estreia-se no verão, na RTP1. | | | | | | | Não é a análise de quaisquer dados que inspira as classificações do Chega, mas apenas o desejo de que o Chega seja tão vulnerável e passageiro como o PRD de 1985. | | | | Do trivial ao crucial, alguém tem de pensar nas péssimas respostas do país: da incapacidade nos elementares serviços do Estado à sufocante, estéril, ancestral burocracia que nos consome e tudo corrói. | | | | Se nenhuma guerra é boa, fingir que todas são iguais, ou que nenhuma é legítima, é o caminho mais rápido para o triunfo do injusto. | | | | José Luís Carneiro é má opção, porque o PS parece um rebanho de Césares, Leitões e Ascensos Simões tresmalhados. Pelo que vi num documentário, ficavam mais bem servidos com um José Luís Border Collie. | | | | |