Queda do governo francês? PM submete-se a moção de confiança

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O presidente da União Nacional, Jordan Bardella, falou aos jornalistas antes da sessão da Assembleia Nacional. Para o líder político, o governo caiu “por inciativa própria”.
“Um dia de incerteza em relação ao futuro do país e, ao mesmo tempo, de muita certeza sobre o resultado da votação”, afirmou Jordan Bardella.
Tendo em conta que a União Nacional nunca votou a favor de uma moção de censura, Jordan Bardella garantiu que o partido “não está a derrubar o governo”.
“Foi o governo que decidiu cair sozinho”, responsabilizou Jordan Bardella.
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O líder dos Republicanos, Laurent Wauquiez, anunciou que os deputados do partido na Assembleia Nacional terá “liberdade de voto” na moção de confiança a François Bayrou.
Sobre o seu sentido de voto na moção de confiança, Laurent Wauquiez atirou: “Votarei a favor sem entusiasmo”
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Perante a muito provável queda do governo francês, o Presidente francês terá de escolher entre duas alternativas: ou nomeia um novo primeiro-ministro (o terceiro num espaço de dois anos), ou convoca novas eleições legislativas.
Ainda não é conhecida qual será a posição de Emmanuel Macron, mas está a circular uma hipótese: a nomeação de um primeiro-ministro do campo socialista, que seria apoiado pelo bloco centrista e pelo centro-direita.
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Após as eleições antecipadas de julho de 2024, a Assembleia Nacional ficou bastante fragmentada. Nenhum dos três grandes blocos (centristas, esquerda e extrema-direita) têm maioria na câmara baixa do Parlamento francês, o que tem dado azo a uma grande instabilidade política.
Até agora, François Bayrou tem sobrevivido a várias moções de censura. À direita, a União Nacional de Marine Le Pen tem-se abstido, mas o grupo político rejeita votar a favor de uma moção de confiança.
A mesma posição é expressa pelo PS francês. Os socialistas também se tê, abstido às sucessivas moções de censura, mas não vai votar a favor de uma moção de confiança. O PS concorreu numa coligação — a Nova Frente Popular — que incluía os comunistas, os ecologistas e a França Insubmissa de Jean-Luc Melénchon, mas tem estado em rota de coligação com os partidos mais à sua esquerda.
À esquerda, a França Insubmissa tem apresentado várias moções de censura — e certamente vai votar contra esta moção de confiança, tal como os ecologistas e os comunistas. Os partidos desta frente de esquerda são os que têm mais deputados, mas não têm uma maioria absoluta.
Nenhum dos três blocos vai conseguir montar uma solução governativa estável. Até ao momento, o Presidente francês, Emmanuel Macron, tem optado por colaborar à direita (com os Republicanos), mas sempre sem maioria.
Michel Barnier, o antigo primeiro-ministro que saiu após as eleições de 2024, foi alvo de uma moção de censura, que acabou por ser bem-sucedida.
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A sessão parlamentar arranca com um discurso do primeiro-ministro francês. François Bayrou deverá defender a continuação do seu executivo e alertar para a “irresponsabilidade” que será para os restantes partidos políticos derrubá-lo.
Seguem-se os seguintes grupos políticos:
- Partido Socialista (pela voz de Boris Vallaud)
- Direita Republicana (pela voz de (Laurent Wauquiez)
- Os Ecologistas (pela voz de Cyrielle Chatelain)
- Os Democratas — Modem (pela voz de Marc Fesneau, e o é partido a que pertence François Bayrou)
- Horizontes (pela voz de Paul Christophe)
- Liot (pela voz de Laurent Panifous)
- Grupo da Esquerda Democrática e Republicana — Comunistas (pela voz de Stéphane Peu)
- União das Direitas pela República (pela voz de Éric Ciotti)
- União Nacional (pela voz de Marine Le Pen)
- Juntos pela República (pela voz do ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, o mesmo partido do que Emmanuel Macron)
- França Insubissa (pela voz de Mathilde Panot)
- Deputado não inscrito Philippe Bonnecarrère
Após ter ouvido todos os grupos parlamentares, François Bayrou pode voltar a discursar, caso assim o deseje. Caso contrário, segue-se a votação de todos os 577 deputados da câmara baixa do Parlamento francês.
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Boa tarde,
bem-vindo ao liveblog do Observador que vai acompanhar a votação da moção da confiança ao primeiro-ministro francês, o centrista François Bayrou.
A sessão parlamentar extraordinária da Assembleia Nacional começa às 15h00 (hora local, menos uma hora em Lisboa) e vai prolongar-se durante algumas horas.
A votação deverá ocorrer por volta das 19h00 (menos uma hora em Lisboa).
observador