Haddad: Ligação para secretário do Tesouro dos EUA pode abrir caminho para conversa de Lula e Trump

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 1º, que está prevista para a próxima semana uma conversa por telefone com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, para tratar da tarifa de 50% sobre parte das exportações do Brasil para os Estados Unidos. Ainda não há dia marcado. Haddad também indicou ter intenção de uma conversa presencial com o secretário.
Segundo Haddad, essa ligação para Bessent pode abrir caminho para uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder americano, Donald Trump, sobre o tarifaço.
"Eu acho ótimo o comentário de Trump sobre contato com Lula. A recíproca também é verdadeira, o presidente Lula estaria disposto a receber o telefonema dele, quando ele quiser", disse Haddad.
Mais cedo nesta sexta, Trump disse que o presidente brasileiro pode falar com ele "quando quiser". A declaração foi dada na Casa Branca, em resposta à jornalista Raquel Krähenbühl, da TV Globo e da GloboNews.
Sobre a reunião com Bessent, Haddad também comemorou. "Finalmente eu vou ter uma reunião mais longa e mais focada na decisão até aqui unilateral dos Estados Unidos em relação ao Brasil, nós vamos poder trocar ideias sobre todos os temas", declarou Haddad.
O ministro da Fazenda afirmou que, em conversa com o secretário do Tesouro, poderá explicar como funciona o Judiciário no Brasil, em referência à impossibilidade de interferência no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, como pediu Trump.
Haddad também falou que a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), poderá ser tratada com o secretário do Tesouro dos EUA.
O mecanismo previsto na legislação americana é usado para punir supostos violadores de direitos humanos no exterior.
Ajuda estadual a produtoresO ministro Haddad encontrou o governador do Ceará, Elmano de Freitas, para tratar de medidas visando a mitigar efeitos primários do tarifaço no estado.
Há possibilidade de o Estado e municípios locais comprarem produtos prejudicados pela tarifa de 50%, como mostrou o Estadão.
O governo estadual estuda comprar mercadorias locais, especialmente alimentos perecíveis como peixes e frutas, para uso em programas sociais e instalações públicas.
terra