Governo quer organizar congresso focado em negócios

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, disse esta quinta-feira que tenciona organizar um congresso internacional da diáspora, em 2026, focado na área dos negócios, para potenciar o desenvolvimento económico do país.
“Nós somos o maior país do mundo. Não em termos geográficos, mas em termos de pessoas”, disse o governante, considerando que as comunidades portuguesas estão espalhadas por cerca de 200 países e constituem um “recurso extraordinário”.
“Saber aproveitar este recurso extraordinário pode ser o salto que nós precisamos para o nosso país”, reforçou Emídio Sousa na sessão de abertura do Fórum Madeira Global 2025, no Funchal, evento promovido pelo Governo Regional que reúne 350 congressistas de vários países onde vivem comunidades madeirenses, sob o tema Autonomia: Identidade e Desenvolvimento.
“Tenciono, no próximo ano, desenvolver um grande congresso internacional, não apenas de memórias, não apenas de convívio, mas acima de tudo de encontro de negócios”, disse o secretário de Estado. O objetivo é reunir empresários e quadros de vários setores para analisar as melhores formas de “potenciar o desenvolvimento económico” do país através das comunidades de emigrantes.
“Acho que está na altura de nós assumirmos esta grande capacidade de ser português, esta capacidade de nos integrarmos, esta capacidade de criar riqueza”, sustentou, vincando que as comunidades portuguesas são caracterizadas por três aspetos fundamentais nos países de acolhimento: trabalho, boa integração e contributo para desenvolvimento dos territórios.
O presidente do Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, corroborou a posição do secretário de Estado, sublinhando que as comunidades constituem um dos “grandes ativos do país”. “Agora, é tempo de passar da palavra aos atos”, disse, acrescentando: “Aquele choradinho do amor às comunidades, que eu já ouvi milhares de vezes em visitas de Estado, muitas vezes não tem correspondência na forma como os nossos conterrâneos são tratados”.
Os congressistas aplaudiram e o chefe do executivo madeirense destacou a importância da criação de redes, dando como exemplo a ligação de Israel à diáspora, ao nível económico, empresarial, científico e educacional. “Essas redes são fáceis de criar. Agora, acabou a história dos formalismos, vossa excelência para a esquerda, vossa excelência para a direita, beijinhos, abraços e nada acontece”, avisou.
Miguel Albuquerque disse contar com a colaboração do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas para “dar um passo em frente”, melhorando todas as estruturas e a rede de relações com a diáspora.
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