Depois das autárquicas partidos reúnem para analisar resultados

O desempenho dos vários partidos nas eleições autárquicas de domingo foram diferentes, mas a estratégia agora é igual. PSD, PS e PCP vão reunir e avaliar os resultados obtidos.
O núcleo duro da direção do PSD, a comissão permanente, vai reunir-se esta manhã em Lisboa, dois dias depois da vitória eleitoral a partir das 10h30 num hotel em Lisboa, prevendo-se que Leonor Beleza, primeira vice-presidente do partido, faça uma declaração à imprensa no final. Este órgão integra o presidente do PSD e também primeiro-ministro, Luís Montenegro, os seis ‘vices’ do partido, o secretário-geral e líder parlamentar Hugo Soares e, como convidado, o coordenador nacional autárquico Pedro Alves, segundo uma nota à imprensa.
A Comissão Política Nacional do PS também vai analisar esta terça-feira os resultados das autárquicas e discutir a sua posição sobre o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), documento que estará também em análise numa reunião do líder socialista com a bancada parlamentar. Segundo fonte oficial do PS adiantou à Lusa, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, terá uma reunião com a direção da bancada parlamentar ao final da manhã, seguindo-se, às 18h00, de um encontro com os deputados do PS na Assembleia da República para discutir a posição do partido sobre o OE2026, cuja abertura para a viabilização foi manifestada ainda em período de campanha eleitoral.
À noite, no Largo do Rato, vai reunir-se a Comissão Política Nacional do PS para discutir não só o OE2026 como analisar os resultados eleitorais das autárquicas de domingo.
Já o PCP reúne esta terça-feira o seu Comité Central para analisar os resultados das eleições autárquicas, nas quais a CDU voltou a perder câmaras, ficando com apenas 12 autarquias e sem capitais de distrito. As conclusões da reunião serão apresentadas, em conferência de imprensa, pelo secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, às 18h00 na sede nacional do partido, em Lisboa.
O PSD venceu as eleições autárquicas de domingo. Sozinho e em coligações, o partido conseguiu eleger o maior número presidentes de câmara, 136, de acordo com os resultados provisórios do Ministério da Administração Interna, sendo que em 109 concelhos governarão com maioria absoluta. Destes, 78 foram eleitos em listas apenas do PSD e 58 em coligações. No total, o PSD conseguiu perto de 1,9 milhões de votos e 34,31% do total.
Em relação às anteriores autárquicas, em 2021, o partido conquistou mais 22 câmaras (tinha 114) e inverteu a liderança do poder local, com mais câmaras e freguesias do que o PS, o que lhe permitirá liderar a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (Anafre), o objetivo traçado por Luís Montenegro.
O PSD, sozinho ou em coligações, ganhou os cinco municípios com mais população no país – mantém Lisboa e Cascais, recuperando Porto, Vila Nova de Gaia e Sintra -, vencendo também no bastião socialista Guimarães.
Já o PS, depois das eleições autárquicas de domingo, deixou de ser a principal força autárquica em Portugal e ficou com a presidência de 128 câmaras, duas delas em coligação, quando em 2021 tinha 149 câmaras, uma delas em coligação. Os socialistas perdem assim a liderança da ANMP para o PSD e voltaram a falhar o objetivo de conquistar Lisboa e Porto.
A CDU também foi uma das perdedoras da noite autárquica já que obteve o pior resultado de sempre: das 19 câmaras municipais que tinha conquistado em 2021, passou para 12. A coligação perdeu as capitais de distrito de Évora e Setúbal e, das 19 câmaras que tinha em 2021, só manteve oito: Barrancos, Cuba, Arraiolos, Silves, Avis, Palmela, Seixal e Sesimbra.
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